Sábado, 13 de Setembro de 2025
A ONU (Organização das Nações Unidas) enviou nos últimos dias cartas aos participantes da COP30, a sua conferência sobre clima, nas quais alerta para a alta demanda por participação no evento, cobra que as reservas de hospedagem sejam feitas o mais rápido possível e pede que as delegações dos seus órgãos internos sejam reduzidas, em razão da crise de hotéis de Belém.
A Folha teve acesso a estes documentos, que foram enviados nos últimos dias e segmentados por grupos, como de ONGs, países ou agências das Nações Unidas.
Todos eles são assinados pelo secretário-geral da UNFCCC (o braço sobre clima das Nações Unidas), Simon Stiell, e trazem informações básicas para a conferência: sobre credenciamento, transportes, agenda e, claro, hospedagem.
O alto preço dos hotéis se tornou a principal crise para a realização da COP30 em Belém. Há dois meses do evento, 71 de quase 200 delegações já têm reserva garantida.
Como revelou a Folha, no final de julho dezenas de países enviaram uma carta para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pressionando para que a conferência fosse transferida para outro lugar —e a resposta foi que não há possibilidade disso acontecer.
Procurada, a organização da conferência disse que ofereceu acomodações por até US$ 200 para os países em desenvolvimento e insulares.
Planeta em Transe
A crise dos hotéis da COP30 é citada apenas na carta endereçada às agências internas da ONU, que foi revelada em reportagem do portal G1.
“Tendo em vista a limitada capacidade em Belém, nós gostaríamos de educadamente pedir para que os chefes do sistema da ONU, das agências especializadas e outras organizações relevantes revejam o tamanho de suas delegações na COP30 e reduzam a quantidade onde for possível”, diz o documento.
Na carta, Stiell lembra que não há limite de tamanho para as delegações, mas pede um corte sobretudo nas credenciais extras distribuídas pelas Nações Unidas.
Esses registros são usados para acomodar, além dos delegados oficiais, equipes de assessores ou até de seguranças.
“A participação virtual estará disponível para todas as organizações da ONU”, continua o documento.
Já no documento endereçado às organizações não governamentais, Stiell não menciona a crise de hospedagem, mas apenas que há uma “alta demanda” por participação na COP30.
Em comum, todas essas cartas trazem informações básicas sobre como conseguir um lugar para ficar em Belém, na qual ele cobra agilidade para que os interessados façam suas reservas.
“Nós encorajamos fortemente os participantes da COP a reservar sua acomodação em Belém o mais rápido possível”, diz o texto.
O documento lembra que há opções “para todos os orçamentos” citando hotéis, apartamentos de aluguel por temporada e também dos navios cruzeiros —nos quais a hospedagem, como mostrou a Folha, custa até 9 vezes mais do que em viagens de navio para o Mediterrâneo.
“Delegações maiores que precisem de reservas em grupo devem contatar os serviços de acomodação diretamente e o quanto antes para garantir sua acomodação de preferência”, afirma a carta.
Em nenhum dos documentos a ONU cita a possibilidade de aumentar o valor do subsídio dado aos países para participar do evento, como pedem nações em desenvolvimento e insulares, além do próprio Brasil.
Folha de S.Paulo
Opinião dos leitores
Investimento bilionário pra realizar isso no Brasil?
Porque não fizeram em outro País?
Vai sair daí muita gente com o bolso cheio de dinheiro.
Óbvio.
Um gasto gigantesco totalmente desnecessário e fora de prioridades de um Estado onde falta tudo.
Vergonha!!