Quinta, 13 de abril de 2017
Voo dos disparates
O enredo tragicômico de um "feito" que nunca o corrreu e foi disputado por dois executivos atordoados
Tem um sentido tragicômico, próprio do “Teatro do Absurdo”, o enredo da suposta retomada de voos comerciais em Mossoró no Aeroporto Dix-sept Rosado. A história não está concluída, mas já produziu disparates que revelam como é fácil manipular a boa-fé de milhares de pessoas com mentiras deslavadas e propaganda fantasiosa.
Seus efeitos colaterais podem ser igualmente catalogados, atingindo em cheio os autores de tanto faz-de-conta. O povo, de novo ludibriado, é um detalhe.
Em janeiro, Rosalba alardeou 'realizações', como o voo "confirmado" (Foto: reprodução)
O governador Robinson Faria (PSD) e a prefeita Rosalba Ciarlini (PSD), cada um com seu aparato de divulgação remunerada e “mídia espontânea”, se digladiaram até bem poucos dias no anúncio de paternidade-maternidade de algo que nunca existiu. Ambos, por desconhecimento de causa, orientação equivocada de auxiliares e boa-fé/ma-fé asseguraram o que não podiam oferecer.
Protagonizaram uma versão “aérea” do que podemos definir como outro estelionato político-administrativo. Os dois saem perdendo. Rosalba, mais ainda, principalmente porque sua gestão não tem qualquer responsabilidade legal sobre gestão do aeroporto e o próprio voo. Tentou tirar proveito do feito alheio e se deu mal.
Oportunismo
Desde 2015, seu primeiro ano de governo, que Robinson havia prometido reativar o aeroporto comercialmente e pulverizou informação de que tudo estaria “certo” com a Azul. Rosalba Ciarlini entra nessa trilha por oportunismo, na ânsia de mostrar serviço no inicio de sua gestão.
No dia 4 de janeiro deste ano, Rosalba é orientada e puxa para seu gabinete no Palácio da Resistência, executivos da Azul Linhas Aéreas (veja AQUI). A audiência foi fabricada às pressas e fora da agenda oficial. A delegação tinha encontro em Mossoró apenas com emissários do governo estadual.
Mas sua Comunicação oficial e não oficial espalhou que entrara nas discussões para “garantir” os voos. Sem ela e a prefeitura, nada prosperaria.
Dependeria dela, Rosalba, o sucesso da operação. Em caso de fracasso, claro que se encontraria algum culpado. O governador, por exemplo.
Sua milícia cibernética caprichou na estratégia de repetir a inverdade em escala industrial, para tentar transformá-la numa verdade irrefutável.
Robinson também apostou na guerra da comunicação, mas perdeu feio em volume e projeção.
Vídeo, “Betinha” e Salomé
O desenrolar dos acontecimentos mostrou que a decisão da prefeita foi precipitada e quixotesca, a transformando num mico ambulante. Poderia ter ficado caladinha em seu canto. Levaram-na à ridicularização pública.
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