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terça-feira, 28 de março de 2017

Marcelo Odebrecht diz duvidar que exista político eleito sem usar caixa 2 no Brasil

Terça, 28 de Março de 2017

Foto: Reprodução/ WSJ

Em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início de março, o ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou que o financiamento ilegal de campanhas foi utilizado por todos os políticos eleitos no país. “Duvido que exista um político no Brasil que tenha sido eleito sem caixa 2. E, se ele diz que se elegeu sem, é mentira, porque recebeu do partido. Então, impossível”, afirmou, de acordo com o Estadão. A declaração do empresário foi dada no depoimento prestado na ação que pode cassar a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer, em 2014, por abuso de poder econômico. Segundo a publicação, naquele ano, somando a então presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais, 1626 pessoas conseguiram votos suficientes para assumir algum dos cargos em disputa. O empreiteiro ainda afirmou que 75% das contribuições da Odebrecht para campanhas foram pagos fora do sistema oficial. Ainda segundo Marcelo, o valor pago como propina nas eleições podia ser tanto repassado por meio de doação oficial, o “caixa 1”, quanto por fora. “Caixa 2, para a gente, e eu acho que para todas as empresas, era visto como natural. Os valores definidos pelos candidatos eram tão aquém do que eles iam gastar que não tinha como a maior parte das doações não ser caixa 2. Era impossível”, declarou ao TSE. Marcelo Odebrecht alegou que, como a doação oficial acaba por vincular a empresa ao candidato eleito – uma vez que os registros da origem dos recursos permanece pública após o pleito –, ela foi “criminalizada no Brasil”. E que por isso, ao longo dos últimos “20, 30 anos”, o dinheiro não contabilizado para campanhas foi crescendo. Na visão dele, essa situação “precisa mudar".

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