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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

Mulheres fazem vigília em frente ao presídio de Alcaçuz e defendem facções

Segunda, 23 de Janeiro de 2017 

Foto: Sumaia Villela / Agência Brasil
Famílias de detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, montaram um esquema de vigília do lado de fora da unidade à espera do fim do conflito que já dura oito dias. Apesar da situação similar, a guerra entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime RN já atinge também esse ambiente, no qual as famílias trocam acusações e até agressões. Desde o massacre que deixou 26 mortos em Alcaçuz, mulheres de detentos que fazem parte do sindicato se reúnem noite e dia em um espaço improvisado com ripas de madeira, telhados e pedaços de alvenaria sem reboco, na frente do presídio. A estrutura é usada normalmente em dias de visita. "Não queremos sair daqui, temos medo que aconteça alguma coisa com eles. Deixei meus filhos menores com minha mãe e estou aqui desde domingo. Sou manicure, mas nem isso estou fazendo", contou uma das mulheres, que preferiu ter seu nome preservado, à Agência Brasil. Já nos fundos do presídio, uma estrutura parecida – com um pouco mais de espaço e partes de alvenaria – abriga mulheres de detentos do PCC. Elas não aceitam gravar entrevistas ou tirar fotos, mesmo de costas. A superexposição que tiveram na mídia deixaram medo e consequências. "Meus patrões disseram que não querem mais ver a minha cara. Você faria o quê, se a sua empregada aparecesse na televisão falando que o marido é do PCC?", afirmou uma delas. O medo também é de retaliações. As famílias, dos dois lados, trocam acusações de agressão. Do lado do PCC, as mulheres reclamam que as outras foram até o local com uma enxada e ameaçaram um espancamento. Entre os familiares e os presos, a comunicação é constante, por celular. Cada grupo defende que o outro deu início à confusão que se transformou em um conflito sangrento e prolongado.

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