Por François Silvestre 
O Brasil entrou numa crise econômico-financeira, com resultados preocupantes na vida social, que nos põe no seguinte dilema: Vale a pena esticar a corda e deixar que o governo sangre até a anemia irreversível ou a necessidade de sobrevivência implora uma trégua sem oportunismo de interesses políticos?
Essa trégua não significa conivência. Significa estratégia de sobrevivência da atividade produtiva e comercial. Se o país falir, por desgoverno e intransigência, não será apenas o governo falido que ruirá. Ruiremos todos.
Só os fanáticos não se convenceram ainda de que a luta contra a Ditadura não dá salvo-conduto para apunhalar a Democracia, mesmo tendo lutado por ela. Sem negar a luta do passado desses partidos, que envergonham o presente.
A mesma Pátria que eles defenderam contra a violência do arbítrio, agora atacada pela violência da corrupção. O episódio Petrobrás é a mais escrachada promiscuidade público-privada da nossa história.
Houvesse tido o PT a coragem histórica da autocrítica, na hora angustiante, certamente teria colhido a compreensão dos seus seguidores não fanatizados.
Agora, a autocrítica parecerá esperteza. E a malícia dos espertos tem prazo encolhido de validade.
O heroísmo de ontem transformado num conluio de trampolinagens, onde se juntaram todos os lados raspando o mesmo tacho.
O PT que vi nascer, e num comício da Praça Craveiro Lopes, no Paço Municipal da Capital paulistana, saído da casca do ovo do ABC paulista, era tão exigentemente puro que espantava até os pecadores veniais.
E como toda pureza é impura, deu no que deu. É o fenômeno de o herói virar vilão. O melhor e mais triste exemplo é o do Marechal Pétain.
Pétain foi endeusado pela França como herói da primeira guerra mundial. Depois, ao colaborar com os nazistas, foi condenado por traição, ao fim da segunda guerra; pela mesma Pátria que o elegera herói.
Muitos dos resistentes contra a Ditadura foram cooptados pelos encantos do poder. E dão munição aos cretinos que eles combateram no passado e com eles se juntaram sem qualquer fronteira ética.
Tudo isso é verdade. Mas é verdade também que não vale a pena deixar a sangria matar o país. Urge evitar o fundo do poço, mesmo sem petróleo, para que não nos afundemos todos.
O Brasil sempre viveu sob o signo da exploração. Roubado na colonização e depois pela ganância do capitalismo financeiro. Espoliado pelas multinacionais. Traído pela demagogia interna. Sangrado por ditaduras. Não serão esses corruptos que o destruirão.
É menos grave manter a precariedade legitimamente eleita do que anular a Lei sob o argumento de uma nova ordem inventada no golpe. Esse filme é repeteco.
Se me permite Eulício, no Rio da Noite Verde, repito a pergunta: “Talassa! Quem estrangulou a voz do vento”? Té mais.
O Brasil entrou numa crise econômico-financeira, com resultados preocupantes na vida social, que nos põe no seguinte dilema: Vale a pena esticar a corda e deixar que o governo sangre até a anemia irreversível ou a necessidade de sobrevivência implora uma trégua sem oportunismo de interesses políticos?
Essa trégua não significa conivência. Significa estratégia de sobrevivência da atividade produtiva e comercial. Se o país falir, por desgoverno e intransigência, não será apenas o governo falido que ruirá. Ruiremos todos.
Só os fanáticos não se convenceram ainda de que a luta contra a Ditadura não dá salvo-conduto para apunhalar a Democracia, mesmo tendo lutado por ela. Sem negar a luta do passado desses partidos, que envergonham o presente.
A mesma Pátria que eles defenderam contra a violência do arbítrio, agora atacada pela violência da corrupção. O episódio Petrobrás é a mais escrachada promiscuidade público-privada da nossa história.
Houvesse tido o PT a coragem histórica da autocrítica, na hora angustiante, certamente teria colhido a compreensão dos seus seguidores não fanatizados.
Agora, a autocrítica parecerá esperteza. E a malícia dos espertos tem prazo encolhido de validade.
O heroísmo de ontem transformado num conluio de trampolinagens, onde se juntaram todos os lados raspando o mesmo tacho.
O PT que vi nascer, e num comício da Praça Craveiro Lopes, no Paço Municipal da Capital paulistana, saído da casca do ovo do ABC paulista, era tão exigentemente puro que espantava até os pecadores veniais.
E como toda pureza é impura, deu no que deu. É o fenômeno de o herói virar vilão. O melhor e mais triste exemplo é o do Marechal Pétain.
Pétain foi endeusado pela França como herói da primeira guerra mundial. Depois, ao colaborar com os nazistas, foi condenado por traição, ao fim da segunda guerra; pela mesma Pátria que o elegera herói.
Muitos dos resistentes contra a Ditadura foram cooptados pelos encantos do poder. E dão munição aos cretinos que eles combateram no passado e com eles se juntaram sem qualquer fronteira ética.
Tudo isso é verdade. Mas é verdade também que não vale a pena deixar a sangria matar o país. Urge evitar o fundo do poço, mesmo sem petróleo, para que não nos afundemos todos.
O Brasil sempre viveu sob o signo da exploração. Roubado na colonização e depois pela ganância do capitalismo financeiro. Espoliado pelas multinacionais. Traído pela demagogia interna. Sangrado por ditaduras. Não serão esses corruptos que o destruirão.
É menos grave manter a precariedade legitimamente eleita do que anular a Lei sob o argumento de uma nova ordem inventada no golpe. Esse filme é repeteco.
Se me permite Eulício, no Rio da Noite Verde, repito a pergunta: “Talassa! Quem estrangulou a voz do vento”? Té mais.
Na Coluna Plural, do Novo Jornal.
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