Sábado, 25 de julho de 2015

Funcionários da Petrobras em mais de dez Estados aderiram à greve de 24 horas desta sexta-feira, em protesto contra venda de ativos da petroleira, interrompendo o trabalho em refinarias, plataformas, terminais e outras unidades, segundo sindicatos. Pelo menos 19 plataformas da companhia nas bacias de Campos e Santos aderiram ao movimento, mas não houve até o momento registros de prejuízo à produção de petróleo e gás, segundo a companhia e sindicatos. O movimento acontece no mesmo dia em que ocorre uma reunião do Conselho de Administração na sede da Petrobras, que prevê discutir questões relacionadas a desinvestimentos da petroleira. O encontro teve inicio na manhã desta sexta e dentre os temas está a distribuição acionária da subsidiária Transportadora Associada de Gás (TAG), para que possa ser vendida. Na Bacia de Campos, 17 plataformas aderiram à greve e algumas estão produzindo sob a gerência de equipes de contingência enviadas pela Petrobras, para que a produção não fosse impactada, explicou o diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Marcos Brêda. Brêda ressaltou que, até o momento, apenas as 17 plataformas das 25 que haviam aprovado a paralisação em assembleias na Bacia de Campos enviaram documentos comprovando que estão em greve. Já na Bacia de Santos, funcionários das plataformas Mexilhão e Merluza estão trabalhando em "operação tartaruga", segundo o coordenador-geral do Sindicato dos Petroleiros do litoral Paulista (Sindipetro-LP), Adaedson Costa. As duas bacias representam juntas mais de 90 por cento da produção de petróleo do país, segundo dados da ANP. A greve é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa 12 sindicatos de funcionários da Petrobras, e pela Federação Única dos Petroleiros (FNP), que representa outros cinco sindicatos. Caso as demandas por trás da greve de 24 horas desta sexta não sejam atendidas, os sindicalistas estão estudando a realização de uma greve por tempo indeterminado em setembro. Os sindicatos protestam contra os planos da petroleira de vender 15,1 bilhão de dólares em ativos até o fim de 2016 e defendem uma Petrobras 100 por cento estatal. A Petrobras planeja reduzir sua dívida --que está em cerca de 120 bilhões de dólares-- assim como gerar caixa para investimentos e retomar a confiança dos investidores após o escândalo de corrupção envolvendo a estatal investigado pela operação Lava Jato. A FUP também se opõe ao projeto de lei no Senado que busca retirar da Petrobras a condição de operadora única do pré-sal. O projeto, do senador José Serra (PSDB-SP), também impede que a estatal seja obrigada a deter o mínimo de 30% de cada campo, como está previsto na atual Lei de Partilha.
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