
O mercado anda nervoso com Dilma Rousseff. Para acalmá-lo, a presidente chamou um grupo de jornalistas para dizer meia dúzia de palavras com efeitos sedativos.
Coisas assim:
1. O governo vai “ter de fazer o dever de casa”, cortando despesas.
2. “Vamos olhar todas as contas com lupa e ver o que pode ser reduzido e o que pode ser cortado.”
3. “Vamos ter de apertar o controle da inflação”.
4. “Nós temos problema interno com a inflação”.
Comparada àquela Dilma da campanha eleitoral, a entrevistada é outra mulher. Sua margem de manobra é mínima. Não pode reclamar da herança malévola que recebe da antecessora. E chutar FHC já não resolve. Para complicar, essa anti-Dilma é intimada pela conjuntura a agir.
Três dias depois da reeleição, o Banco Central subiu os juros de 11% para 11,25%. Cinco dias após a vitória, o Tesouro informou que o rombo nas contas de 2014 já está em R$ 15,7 bilhões. Nesta quinta (6), a Petrobras aumentou a gasolina em 3% e o diesel em 5%.
Ou seja, para usar uma expressão da própria ex-Dilma, é hora de “descer do palanque”. Passada a euforia da vitória, a reeleita vive a fase da caída em si. Por enquanto, finge que faz e acontece. Mas, sem saber como governará as circunstâncias, é governada por elas.
O mercado exige que Brasília faça alguma coisa. Enquanto decide qual dos preferidos de Lula vai virar ministro da Fazenda, ex-Dilma faz cara de preocupação. E nega que pretenda adotar o programa do adversário. Jura que sua visão de corte de gasto não “é similar àquela ideia maluca de choque de gestão.” Ah,bom!
Fonte: César Santos
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