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domingo, 21 de setembro de 2014

Refeição fora de casa fica 114% mais cara em 2014


Domingo 21 de setembro de 2014

Vinícius Menna
Repórter

O relógio marca 12h. Nesse horário, um verdadeiro batalhão de pessoas se movimenta pela cidade em busca de almoço. Com a correria do cotidiano, seja no intervalo do trabalho ou para resolver alguma pendência na rua, tem se tornado cada vez mais comum fazer as refeições fora de casa. Mas o aumento da demanda nos restaurantes, somado à subida do preço dos alimentos – acima da média da inflação – e até mesmo a escalada do salário mínimo, que impacta nos custos dos restaurantes, fez com que a conta da refeição fora do lar subisse mais do que comida feita em casa. E com isso, o consumidor tem se virado como pode para incluir os hábitos alimentares no orçamento do mês.

No acumulado de janeiro de 2006 a agosto deste ano, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para alimentação fora do domicílio registrou uma variação de 114,72%, índice bem acima da alimentação feita no lar, que registrou crescimento de 81,01% no mesmo período. 

Só neste ano, no acumulado de janeiro a agosto, o INPC aponta uma alta de 6,75% no preço da alimentação fora do domicílio, acima do índice geral do período, que foi de 4,11%. Já a comida preparada em casa ficou abaixo da média, com 3,79% de aumento de janeiro a agosto de 2014.

Vinícius Menna
João de Oliveira Filho, taxista: revezando-se entre restaurantes e marmitas para comer em casa

Consolidado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o INPC mede a variação do custo de vida das famílias com rendimento mensal entre um e cinco salários mínimos mensais, o que representa cerca de 50% das famílias brasileiras. “Embora os dados sejam nacionais, os números no Rio Grande do Norte não fogem muito disso, ficam bem próximos da realidade brasileira”, explica o economista e chefe do IBGE no RN, Aldemir Freire.

Para driblar a alta dos preços, os consumidores se cercam das mais variadas estratégias. O taxista João Lucas de Oliveira Filho, de 57 anos, por exemplo, mora sozinho e além de não ter disponibilidade para cozinhar diariamente, acha melhor almoçar fora. Mas não dá para fazer isso todo o dia, diz ele.

“Eu almoço fora um dia sim, um dia não. No dia que almoço em casa, compro marmita, que é mais em conta. Gasto na faixa de R$ 300 por mês”, conta. Segundo ele, a marmita custa R$ 9. Já o almoço no restaurante sai por R$ 12.

Preparar a comida em casa e levar para o trabalho. Essa é a tática de Alessandra Araújo Silva, de 37 anos, que é secretária de um escritório de advocacia. “Eu preparo em casa e trago numa marmita. Como meus filhos são novos e ficam em casa, eu não gosto muito que eles mexam com fogo, então já deixo pronta a comida para eles e faço para mim também”, explica. 

Embora seja cansativo, diz Alessandra, acaba saindo mais barato do que o restaurante. “Aqui no escritório, a maioria das pessoas trazem de casa porque é mais barato. E além do preço, que é o que pesa mais, você pode comer aquilo que quer”, comenta.

Alessandra pondera ainda a questão da limpeza como um dos motivos que a leva a preparar a comida em casa. “Como eu já trabalhei com marmita, me preocupo com a limpeza. Quando você come fora, não sabe a forma que a comida é preparada”, diz.

Sempre que possível, a farmacêutica Cristina Dechini, de 55 anos, opta por almoçar em casa. Embora considere comer fora mais oneroso, para ela o maior problema é que essa prática muitas vezes não é saudável. 

“Meu prato é sempre bem magrinho, mas muitas pessoas acabam optando por consumir hamburguers e refrigerantes, que são mais baratos, o que eu sou totalmente contra. É uma economia que reflete em saúde pública”, avalia.



Fonte: Tribuna do Norte

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