Sábado, 20 de setembro de 2025
Aparentemente, quem bancou a indicação foi o ministro Rui Costa, resistindo à sanha de Davi Alcolumbre, que gostaria de implantar os seus, digamos, métodos de administração na empresa. O ministro da Casa Civil, dizem, deu a missão de sanear a empresa, começando pela redução do quadro de funcionários. Acredita quem quiser.
A indicação do funcionário de carreira do BB, “segundo interlocutores”, deveria ser comparada com a de Ivan Monteiro em 2018 para comandar a Petrobras no governo Temer. Vamos recordar: Ivan Monteiro, também funcionário de carreira do BB, foi trazido para assumir a diretoria de finanças e relações com o mercado da Petrobrás por Aldemir Bendine em 2015. Bendine sucedeu a Graça Foster, de tenebrosa memória, como presidente da Petrobras, dentro do esforço geral de Dilma por dar uma guinada de 180 graus em seu segundo mandato.
Bendine foi pego pela operação Lava-Jato em 2017, mas antes disso, com a queda de Dilma, foi substituído por Pedro Parente na presidência da companhia em 2016. Ivan Monteiro, dado o seu excepcional trabalho frente à diretoria financeira da empresa, foi mantido por Pedro Parente e, posteriormente, em 2018, foi escolhido por Temer para substituir o próprio Parente como presidente da Petrobras. Hoje, Ivan Monteiro é o presidente da Eletrobras, escolhido pelos Conselho de acionistas privados.
Como se vê, o único ponto de comparação do indicado para comandar os Correios com Ivan Monteiro é que ambos foram funcionários de carreira do BB. De resto, Monteiro somente ascendeu ao posto máximo da Petrobras depois de alguns anos mostrando serviço na empresa. Essa comparação só serve para passar a impressão de que, agora, a coisa é séria. O que nos leva à questão que não quer calar: até o momento não era?
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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