Sexta, 19 de setembro de 2025
A secretária-geral foi contratada para supervisionar equipes de rua na campanha eleitoral de Leila Barros, recebendo R$ 3 mil pelos serviços, segundo registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Contag está sendo investigada por supostos desvios que podem alcançar R$ 2 bilhões em descontos indevidos de benefícios previdenciários.
A PF investiga Thaisa pela compra de um imóvel de R$ 599.600,00 em Campo Grande, adquirido em fevereiro de 2022, após o período dos supostos descontos irregulares. Este patrimônio gerou questionamentos sobre sua origem, incluindo a secretária-geral entre os alvos da investigação federal.
Leila Barros, eleita pelo PSB, migrou para o PDT em outubro de 2023, mesmo partido do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi, também investigado pela CPMI. Em seu depoimento à Comissão, Lupi confirmou ter indicado André Fidelis para o INSS a pedido de Weverton Rocha, seu correligionário.
A senadora atua como membro titular do bloco parlamentar formado com o PT. Questionada sobre sua relação com Thaisa, Leila declarou que não manteve "qualquer relação pessoal" com a secretária da Contag e que "o vínculo que existiu foi limitado à participação pontual dela no período eleitoral".
Em sua defesa, Thaisa nega irregularidades e afirma que seu patrimônio tem origem lícita.
A defesa argumenta que a participação política de Thaisa ocorre "sem qualquer relação com sua atuação na Contag". Seus representantes afirmam que ela "foi secretária nacional do movimento popular socialista do PSB Nacional. Participou, como militante, de campanhas eleitorais diversas de candidatos do PSB, atividade lícita de participação política na sociedade".
A senadora Leila enviou a seguinte manifestação para o JCO:
Em 2018, fui candidata ao Senado pelo Distrito Federal. Naquela campanha, cerca de 400 pessoas trabalharam em diferentes funções, número significativamente menor do que o de outros candidatos à época. Conforme consta na prestação de contas aprovada pelo TRE/DF, a pessoa citada atuou como supervisora de equipe de rua, assim como outros colaboradores contratados exclusivamente para aquele período eleitoral.
É importante destacar que sua contratação foi indicada pelo partido pelo qual concorri, assim como ocorreu com outros profissionais que trabalharam para todos os candidatos da legenda, de deputados distritais e federais, aos senadores e ao candidato ao governo. À época, não havia nenhum fato que desabonasse sua contratação.
Esclareço que não tive, nem tenho, qualquer relação pessoal com essa pessoa. Sua posterior indicação para a Contag não passou por mim, e não tenho conhecimento de quem a tenha feito. O vínculo existente limitou-se exclusivamente à campanha de 2018.
Por isso, me causa estranheza e indignação a tentativa de criar uma associação indevida entre sua atuação pontual naquele processo eleitoral e o meu mandato atual. Considero essa narrativa uma clara tentativa de desqualificar minha atuação na CPMI do INSS, colegiado no qual tenho trabalhado de forma firme para identificar os responsáveis pelas fraudes, assegurar o ressarcimento dos cofres públicos e proteger os aposentados e pensionistas, que já começaram a ser reembolsados pelo INSS.
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