Quarta, 17 de setembro de 2025
Segundo as investigações da PF, empresas ligadas a Wilians teriam sido utilizadas para lavar dinheiro desviado por associações vinculadas ao empresário Mauricio Camisotti. O esquema operava por meio de descontos não autorizados na folha de pagamento dos aposentados. Os investigadores identificaram transações bancárias entre os envolvidos que somam mais de R$ 28 milhões, caracterizadas como um "vínculo financeiro direto".
No documento que será apresentado à CPMI, o parlamentar do PT argumenta:
"Há veementes indícios de materialidade e autoria em face de Nelson Wilians, advogado e empresário com participação ativa em estruturas que deram suporte às fraudes contra aposentados e pensionistas".
O requerimento contesta a decisão do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), que negou pedido da PF para prender o advogado.
Durante as buscas nos endereços de Wilians, agentes federais encontraram um automóvel Rolls-Royce avaliado em R$ 11 milhões, uma adega com vinhos importados com garrafas que custam até R$ 50 mil cada, além de relógios, armas e obras de arte.
A operação também descobriu que veículos utilizados por Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS" e apontado como operador do esquema, estavam registrados em nome de empresas pertencentes a Wilians. Na mesma ação policial, a PF prendeu Camisotti e Antunes, mas o ministro André Mendonça não autorizou a prisão do advogado.
No requerimento, Correia afirma que "a manutenção da liberdade de Nelson Wilians compromete a ordem pública, ameaça a instrução criminal, uma vez que há indícios de intimidação de testemunhas e ocultação de bens, e coloca em risco a aplicação da lei penal, considerando o poder econômico e político que detém".
Em nota oficial, a defesa de Nelson Wilians negou qualquer irregularidade. O comunicado afirma que ele não responde a ações penais, não foi denunciado pelo Ministério Público e nunca sofreu condenação por ilícitos. A defesa também nega qualquer relação entre Wilians e o "Careca do INSS", declarando que "Nelson Wilians jamais teve qualquer relação pessoal, profissional ou comercial com essa pessoa, e sequer tinha conhecimento de sua existência antes das notícias sobre o escândalo do INSS".
O advogado Santiago Andre Schunck, que representa Wilians, contestou a alegação de que veículos utilizados por Antunes estariam registrados em nome de empresas vinculadas a seu cliente. A defesa ressalta que o STF indeferiu o pedido de prisão apresentado pela PF contra Wilians e afirma que o advogado está disposto a colaborar com as investigações.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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