Domingo, 21 de setembro de 2025
Segundo Tagliaferro, que comandou a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação no Tribunal Superior Eleitoral, o laudo técnico que supostamente embasou a decisão de Moraes foi produzido apenas seis dias depois da operação, em 28 de agosto. Ele afirma que os metadados do documento comprovam a alteração de data, o que teria dado aparência de que a ação não se baseou apenas em uma reportagem publicada pelo portal Metrópoles.
Durante audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado, nesta terça-feira (2), Tagliaferro apresentou prints de mensagens e relatórios para sustentar suas declarações. Ele disse que elaborou os documentos a pedido do gabinete de Moraes, mas somente após a operação.
As conversas entre os empresários, reveladas à época, incluíam falas como a do empresário José Koury, que disse preferir um golpe à volta do PT, ressaltando que “ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil” caso o país se tornasse uma ditadura. Apesar disso, os envolvidos negaram intenções golpistas.
Tagliaferro também afirmou que o gabinete de Moraes atuava fora do rito processual, desempenhando funções típicas da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele relatou que o setor de combate à desinformação do TSE foi utilizado como uma espécie de “braço investigativo” para embasar decisões do ministro contra aliados de Bolsonaro.
O ex-assessor ainda apontou a participação do atual procurador-geral da República, Paulo Gonet, em procedimentos irregulares quando ele era vice-procurador-geral eleitoral.
Prints apresentados mostrariam Gonet solicitando listagens de decisões sobre remoção de conteúdos em redes sociais e trocando mensagens com Tagliaferro por meio de um assessor chamado Lucas.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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