Segunda, 11 de agosto de 2025
O procurador-geral da República, Paulo Gonet apresentou ao Supremo Tribunal Federal uma denúncia contra um casal de Niterói (RJ) por ter proferido ofensas a Gilmar Mendes e à esposa dele durante um voo da TAP de Lisboa a Madri, ocorrido em 16 de outubro de 2018. Jorge Luiz Vieira foi acusado de injúria, enquanto Maria Cristina Vieira foi denunciada por injúria e ameaça. As informações são da revista Istoé.
Segundo a PGR, no momento em que o avião ainda taxiava em Madri, Jorge teria chamado o ministro de “escroto”, “defensor de ladrão” e “bandido”, entre outras agressões verbais. Maria Cristina teria dito à advogada Guiomar Feitosa Mendes que ela deveria se envergonhar por ser casada com o ministro e afirmou que “ele sofreria as consequências por ter soltado bandidos” se Jair Bolsonaro vencesse as eleições, doze dias depois.
No mesmo dia, Maria Cristina publicou no Instagram uma foto de Gilmar sentado dentro do avião com a legenda: “Você ter que viajar com um canalha desse é brincadeira né? Mas escutou o que não queria kkkkk Político Corrupto”. Em março de 2024, o casal, em depoimento à Polícia Federal, declarou não se lembrar das ofensas feitas; ele afirmou ter agido de forma impulsiva ao expressar discordância com decisões do ministro, e ela classificou a publicação como um “desabafo de cidadão para cidadão”.
Após tramitar no STF de forma conturbada, com o arquivamento inicial do caso em maio de 2023 por prescrição, reabertura em julho para análise de conexão com o inquérito das fake news, conclusão da PF em setembro de 2024 e manifestação de Gonet sobre prescrição em novembro, em março de 2025 ele voltou atrás e apresentou a denúncia. A acusação evidencia o caráter público e vexatório dos atos, e a defesa do casal insiste na prescrição e nega ter havido intenção de ofender pessoalmente o ministro.