O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira que não houve qualquer aceleração no andamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que responde por suposta tentativa de golpe para permanecer no cargo após perder as eleições de 2022. Segundo Moraes, todos os trâmites seguiram rigorosamente os prazos legais, com etapas conduzidas pela Polícia Federal (PF), pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e, posteriormente, pela Primeira Turma do STF.
Durante um encontro com influenciadores digitais no projeto “Leis e Likes” — iniciativa do Supremo para ampliar a divulgação de suas atividades nas redes sociais — o ministro explicou que a movimentação recente do processo ocorreu porque há um réu preso, o general Braga Netto, detido desde dezembro do ano passado.
“Essa ação penal precisa ser mais célere também porque tem réu preso. O recesso não conta para réu preso”, pontuou.
Moraes também rejeitou comparações entre o caso da suposta trama golpista e a investigação sobre fraudes no INSS. Ele destacou que o inquérito sobre golpes contra aposentados começou há apenas seis meses e que não está sob sua relatoria.
“Eu não tenho nada a ver com o processo do INSS, eu não sou o relator. Comparar coisas diversas é muito complicado”, disse.
Ao falar sobre o cenário político, o ministro avaliou que a polarização no país foi intensificada por “muita mentira, muita desinformação” e pelo discurso de ódio, que, segundo ele, rompeu até laços familiares. Moraes ainda ressaltou que o recesso do Judiciário não significa inatividade, pois o período é usado para preparar processos e votos para o semestre seguinte.
O ministro lembrou que as apurações sobre milícias digitais e fake news — iniciadas há mais de dois anos — serviram de base para o inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado.
“Eu não sou o relator de tudo no mundo. Gostaria até de ser, mas não sou”, ironizou.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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