Sábado, 29 de março de 2025
Confira:
Uma coisa somos eu e você conversarmos em uma mesa de bar sobre o telhado de vidro dos políticos e como isso poderia ser usado pelos ministros do STF. Soaria mais como uma teoria da conspiração do que algo sério, mas tudo vale em uma mesa de bar. Outra coisa, bem diferente, é uma jornalista escrever exatamente isso em sua coluna de um grande jornal. Simplesmente inacreditável.
E a coisa assume ares de prática mafiosa. O “convincente”, assim mesmo, entre aspas, no final da coluna, lembra os melhores momentos de O Poderoso Chefão.
Em qualquer país em que as palavras Estado Democrático de Direito significam alguma coisa, a Suprema Corte julga os diversos temas que lhe chegam conforma a lei do País, e processa políticos de acordo com a mesma lei, sem subordinar uma coisa à outra. A mera desconfiança de que exista esse tipo de ‘quid pro quo’ já seria o suficiente para minar a credibilidade de qualquer sistema judiciário.
O fato de uma jornalista escrever sobre isso com a maior naturalidade do mundo demonstra que o Estado Democrático de Direito, no Brasil, não passa de uma fábula.
Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.
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