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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Polícia identifica corpo de japonesa achado em cachoeira de centro usado por João de Deus

Quarta, 17 de Novembro de 2020 


por Folhapress

Polícia identifica corpo de japonesa achado em cachoeira de centro usado por João de Deus
Foto: Reprodução / G1

A Polícia Técnico-Científica de Goiás confirmou, nesta terça-feira (17), que é da japonesa Hitomi Akamatsu, 43, o corpo encontrado escondido, entre pedras e terra, a dez metros de uma cachoeira na propriedade da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no entorno do Distrito Federal. A Polícia Civil prendeu poucas horas antes um jovem de 18 anos, morador da cidade, que admitiu a autoria do crime.

A Polícia Civil informou que não há indícios de qualquer envolvimento do alegado médium João Teixeira de Faria, 79, o João de Deus, preso em dezembro de 2018 e condenado a mais de 60 anos de prisão por uma série de crimes sexuais contra mulheres que frequentavam a casa. Em março deste ano, ele passou a cumprir prisão domiciliar, em Anápolis, a 60 km de Goiânia.

Segundo a Polícia Civil, Hitomi fazia tratamento na Casa Dom Inácio de Loyola e estava desaparecida há uma semana. Em estado de decomposição, o corpo foi encontrado, pela Polícia Civil, nesta segunda-feira (16), seis dias depois de ela ter sido vista pela última vez. A identificação foi realizada por meio de impressões digitais.

A Embaixada Japonesa no Brasil enviou seus representantes ao IML (Instituto Médico Legal) de Anápolis, a 36 km de Abadiânia, para realizar a liberação do corpo.

A Polícia Civil não divulgou a identidade do jovem preso pelo assassinato e ocultação de cadáver de Hitomi. Em depoimento, o preso que estava sendo cobrado por uma dívida de drogas e foi ao local, que sabia que era frequentado por muitos estrangeiros, para tentar assaltar alguém. Em seguida, conforme seu relato, ele abordou a japonesa, e ela ofereceu resistência. Depois, o suspeito disse, a enforcou usando a própria camisa, por medo de ser denunciado.

O jovem também disse à polícia que não encontrou nada de valor com a vítima e, por isso, roubou uma peça de roupa dela e outros pertences, que, segundo ele, foram queimados em seguida. Durante seu depoimento, o suspeito contou ter achado um litro de combustível que usou para atear fogo nos objetos.

Na investigação, a polícia teve auxílio de imagens de câmeras de monitoramento que mostram o jovem deixando, de bicicleta, o local. Em uma das imagens, ele aparece com uma roupa branca em seu ombro direito, a qual, segundo os investigadores, pode ter sido roubada da vítima. Segundo a polícia, o jovem ainda não apresentou advogado.

Conhecida por receber pessoas do mundo inteiro em busca de tratamento espiritual, a Casa Dom Inácio de Loyola foi fundada por João de Deus. Após a prisão dele, o local continuou a receber visitantes, mas em número bem menor. O comércio da cidade, movimentado pelo turismo religioso, praticamente parou após o escândalo sexual.

No último dia 4, João de Deus recebeu alta médica de um hospital particular em Brasília, onde estava internado desde o dia 24 de outubro. Ele foi submetido a cirurgia de cateterismo e também faz tratamento quimioterápico por causa de um câncer no estômago.

Advogado de João de Deus, Marcos Lara disse que o seu cliente não frequenta mais a Casa Dom Inácio de Loyola desde que foi preso. "Ele não pode passar nem na rua da casa nem interferir presencialmente ou espiritualmente", afirmou. Segundo o advogado, o quadro de saúde do preso é regular e estável. Ele passa o dia em sua casa própria, em Anápolis, com auxílio de funcionárias, e recebe visita dos filhos.

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