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quinta-feira, 21 de setembro de 2017

'Perfídia': Janot diz que se sentiu traído e vomitou 4 vezes em caso Ângelo Goulart

Quinta, 21 de Setembro de 2017

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confessou ter se sentido traído ao descobrir a participação do procurador Ângelo Goulart nos esquemas de corrupção elaborados pelos executivos da JBS. O procurador da República foi preso na Operação Patmos, ao ser citado nas gravações de Joesley Batista, sócio do grupo. Em entrevista ao Correio Braziliense, Janot disse que o sentimento que dá é o de perfídia, expressão militar que reflete a sensação de quando um sujeito do grupo o vende para o inimigo. "Ele passa a ajudar o inimigo a te dar tiro. Esse é o sentimento que deu na gente. A situação é muito ruim, sentir que contaminou", disse o ex-procurador. Janot contou que vomitou quatro vezes ao tomar conhecimento dos fatos relacionados a Goulart, embora eles não tivessem trabalhado juntos. Segundo Janot, Goulart trabalhava no eleitoral e, ao fim do mandato, foi designado à força-tarefa da Operação Greenfield, da PRDF. Janot foi questionado sobre os ataques que passou a sofrer depois do acordo de delação firmado com a JBS, ao que ele avaliou como "necessidade de desconstituir a figura do acusador". "Quando o fato é chapado, quando o fato é mala voando, são R$ 51 milhões dentro de apartamento, gente carregando mala de dinheiro na rua de São Paulo, gravação dizendo 1tem que manter isso, viu?1, há uma dificuldade natural para elaborar defesa técnica nesses questionamentos jurídicos. E uma das estratégias de defesa é tentar desconstruir a figura do acusador", explicou. Na estimativa de Janot, a pressão irá aumentar daqui pra frente, inclusive, com a tentativa de usar o ex-procurador Marcello Miller contra si - ele teria ajudado a JBS a fechar delação premiada quando ainda estava na PGR. Janot deixou a PGR no último domingo (17), após quatro anos à frente do órgão. Quem assumiu seu lugar, na segunda (18), foi Raquel Dodge. O ex-procurador-geral reclama não ter sido convidado. "Meu mandato terminou domingo, dia 17, até lá eu era procurador-geral. Perguntei se queriam uma transmissão de cargo, mas me informaram que eu não posso transmitir aquilo que eu não tenho mais (...) Outro detalhe: também não tinha lugar reservado para mim no auditório, não. Eu teria que chegar e bater a cabeça para achar uma cadeirinha", explicou. E ainda que tivesse sido convidado, Janot disse que não seria constrangimento sentar à mesa com pessoas que denunciou, como o presidente Michel Temer, já que ele estari aem casa.

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