11 de setembro de 2014
Brasília (AE) - O ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró isentou mais uma vez, em depoimento à CPI mista da estatal ontem, a presidente Dilma Rousseff de responsabilidade na controversa compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). Cerveró saiu ainda em defesa da operação, rebatendo declarações do colega de diretoria Paulo Roberto Costa que, em delação premiada, segundo a revista Veja, disse que houve desvio de recursos da refinaria para abastecer um esquema de pagamento de propina a políticos.
Jefferson Rudy/AS

Cerveró: acareação com ex-diretor que fez delação premiada
No depoimento, Cerveró foi instigado pela oposição a atacar a presidente Dilma e avalizar declarações de Costa. Mas resistiu. Ele repetiu o discurso de que a omissão de cláusulas contratuais na compra da primeira metade de Pasadena não foi fundamental para se fechar o negócio em 2006.
Em nota encaminhada ao Estadão em março, Dilma, presidente do Conselho de Administração da estatal na época da operação, disse que não aprovaria a transação se tivesse tido acesso às cláusulas omitidas pelo ex-diretor.
O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou um prejuízo financeiro de US$ 792 milhões com a compra de Pasadena e, em julho, determinou o bloqueio de bens de Cerveró e outros integrantes da diretoria executiva da época. O TCU livrou a presidente e membros do conselho de administração do bloqueio.
O ex-diretor afirmou que a responsabilidade pela operação é do conselho e não da diretoria executiva. Ele disse que a transferência dos seus bens não teve “nada a ver” com o processo de Pasadena e que, ao doar três imóveis três meses atrás, decidiu antecipar a herança aos filhos.
Para Cerveró, o TCU se “equivocou” ao basear o tamanho do prejuízo de Pasadena nos preços de apenas um dos 27 cenários de preços estimados pela Petrobras para a refinaria. “Não concordo com nenhum dos prejuízos indicados pelo TCU em Pasadena”, pontuou. Ele disse ainda que aceita passar por uma acareação com Paulo Roberto Costa.
Delação
Em visita realizada à Procuradoria Geral da República ontem, representantes do Congresso foram informados pelo procurador-geral Rodrigo Janot que o conteúdo da delação de Paulo Roberto Costa não deverá ser distribuído. "Saímos tranquilos de que ninguém vai ter acesso à delação. A CPMI pode pedir 20 vezes. A presidente pode pedir, mas ninguém vai ter acesso", afirmou o senador Randolfe Rodrigues, após encontro com Janot. A CPMI já pediu acesso ao conteúdo da delação, matéria-prima de denúncia feita pela Veja.
Fonte: Tribuna do Norte
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