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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Comércio tem pior julho desde 2009

12 de setembro de 2014

Renata Moura
editora de Economia

O comércio do Rio Grande do Norte começou o segundo semestre com queda de 1,8% no volume de vendas - o pior resultado para julho, desde 2009, quando recuou 3,6%. O número foi divulgado ontem na Pesquisa Mensal do Comércio, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e mostra o setor mergulhado em um cenário de turbulência que pegou em cheio praticamente todos os estados. 

Júnior Santos
No país, o setor de vestuário foi um dos que perderam força

No Nordeste, por exemplo, apenas Alagoas obteve crescimento, mas ainda assim ficou abaixo de 1%. Nacionalmente, o recuo foi de 4,9%, no período. Os dados retratam o desempenho do “comércio varejista ampliado”, que inclui veículos e materiais de construção e cuja variação começou a ser divulgada para todos os estados a partir de 2005. Entre janeiro e julho, as vendas do comércio potiguar cresceram 2,5%. Se veículos e materiais de construção saírem da conta, ainda assim o resultado é ruim. No caso do RN, há queda de 0,3% em julho - o pior índice registrado em 10 anos.

Setores
Altas taxas de endividamento e inadimplência da população, crédito mais caro e inflação estão entre os fatores que, segundo analistas, têm puxado o freio do consumo e as consequências têm sido percebidas em lojas de praticamente todos os ramos. 

Em julho, mês objeto da pesquisa do IBGE, o setor que mais viu o volume de vendas dar marcha a ré, nacionalmente, foi o de veículos e motos, partes e peças, com queda de 12,5%. A pesquisa não mostra como o movimento se comportou, isoladamente, nos estados. 

Esse foi o pior índice alcançado pelo setor de veículos desde o ano 2002, no país, quando recuou 19,9%. Setores como móveis e eletrodomésticos (-9,2%), tecidos, vestuário e calçados (-4,4%), além de hiper e supermercados (-0,2%) estão na lista dos que sofreram redução nas vendas. 

Apenas nas áreas de “artigos farmacêuticos, médicos, perfumaria e cosméticos” (+6,1%) e artigos de uso pessoal e doméstico (+5,9%) houve crescimento. No Rio Grande do Norte, assim como no país, o desempenho das vendas já estava negativo em junho, mês em que começaram os jogos da Copa do Mundo no Brasil, reduzindo o número de dias úteis e o expediente nas lojas quando a seleção brasileira entrava em campo. 

No RN, onde o período também foi marcado por chuvas acima da média e pela greve dos trabalhadores rodoviários, foi o pior mês de junho para as vendas em 10 anos. O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio RN), Marcelo Queiroz, avaliou, à época, que a queda este ano é “aguda”, e que não há perspectivas reais de ser revertida a curto prazo. 

O pessimismo estava associado ao cenário econômico nacional, que inclui inflação em alta (no teto da meta do Governo, que é de 6,5% ao ano), crédito mais caro (taxa média de juros ao consumidor acima dos 6% ao mês) e inadimplência (crescimento de 7,2% em julho).

“Nossa projeção de crescimento das vendas para este ano como um todo, que vínhamos posicionando entre 4,5% e 5,5%, já terá que ser revista, para baixo”, disse Queiroz.

A Pesquisa do Comércio investiga empresas comerciais que possuam 20 ou mais pessoas ocupadas, cuja receita bruta provenha, predominantemente da atividade comercial varejista. Para o levantamento dos dados, foram selecionadas cerca de 5.700 empresas distribuídas nas 27 Unidades da Federação.

Analistas afirmam que o setor fechará o ano com o pior resultado desde 2003.

Números
2,5% foi quanto o volume de vendas no RN cresceu, entre janeiro e julho, na comparação com igual período do ano passado.
12,5% foi a queda no segmento de veículos, no país, em julho. Entre as atividades pesquisadas esse foi o maior recuo.



Fonte: tribuna do Norte

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