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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Entrevista: Paulo de Tarso Fernandes


Paulo de Tarso concede entrevista exclusiva ao blog 

“Não é possível que isso seja revertido pelo Tribunal Superior Eleitoral, em Brasília”. A declaração sobre a situação jurídica de Mossoró, em que a prefeita afastada, Cláudia Regina, já sofreu 12 cassações, foi feita nesta quinta-feira, 23, pelo renomado jurista, Paulo de Tarso Fernandes. Foi em entrevista exclusiva concedida ao blog, durante almoço oferecido pela ex-prefeita de Mossoró, Fafá Rosado e seu marido, o deputado estadual, Leonardo Nogueira, na casa de praia do casal. Paulo de Tarso também fala do episódio em que pediu exoneração da Casa Civil do Governo do Estado, afirmado que não sentiu nenhum arrependimento, pois, seu alerta tem se confirmado com o isolamento político da governadora Rosalba Ciarlini. Ele também considera que o vice-governador do Estado, Robinson Faria, está preparado para governar o Rio Grande do Norte. Confira: 

Blog do Skarlack - Advogado Paulo de Tarso, como o senhor avalia a situação da governadora Rosalba Ciarlini?

Paulo de Tarso - O que me parece é que existe um processo de isolamento político da governadora Rosalba Ciarllini. Eu não creio que essa rejeição popular seja irreversível. O que me preocupa mais é o isolamento político. É preciso restabelecer os canais de entendimento político, a começar pelo seu próprio partido da governadora e pelos demais partidos. Desobstruir essa comunicação com as forças políticas do Estado, pois, ninguém governa sozinho. E muito menos ninguém se elege governador sozinho. A própria governadora sabe do arco de alianças que fez para ser eleita senadora e governadora. E esse arco de aliança não pode se perder sob pena de o projeto de reeleição da governadora ser destinado ao fracasso. O que eu estimo é que isso seja restabelecido. Agora, se vai ser possível eu não posso avaliar.

Blog do Skarlack - O deputado federal Henrique anunciou que irá reunir o PMDB, na próxima semana, para apresentar o nome do ex-senador Fernando Bezerra, como candidato ao governo do Rio Grande do Norte. Em sua opinião, ele é um nome preparado para governar do Estado?

Paulo de Tarso - Eu preciso fazer aí distinção.

Blog do Skarlack - Como assim?

Paulo de Tarso - O ex-senador Fernando Bezerra é preparado, competente e, talvez, na situação de dificuldade em que o Estado se encontra, ele seja um nome quase ideal. Agora, igualmente, é preciso ver o arco de alianças políticas. Pode ocorrer que aconteça com o senador Fernando Bezerra, junto ao PMDB, o mesmo processo de isolamento político que está sofrendo a governadora. Ninguém faz uma eleição de governador só porque se deseja. Isso é uma coida que em política não existe. Não se lança um governador tirando do bolso.

Blog do Skarlack - O que é preciso, então?

Paulo de Tarso - É preciso consultar as forças políticas. Agora, administrativamente, acredito que é um nome, talvez o nome ideal pela competência que tem. Agora, a aceitação popular no caso do senador Fernando Bezerra é praticamente nula.

Blog de Skarlack - E quanto ao nome do deputado federal, Henrique Alves, que tem sido elogiado por lideranças de outros partidos?

Paulo de Tarso - Eu acho que o deputado Henrique, já reúne de uma forma mais consistente, diferentemente do senador Fernando Bezerra, já reúne as duas condições. Administrativamente é um homem que conhece todos os problemas do Estado, e principalmente, conhece os mecanismos federais, que podem resgatar o desenvolvimento do Rio Grande do Norte. E por outro lado, tem muita facilidade de montar um arco de aliança política bem amplo pelo seu prestígio, pela força e, principalmente, pelos serviços já prestados ao Estado. Além, é claro, da força de seu próprio partido, o maior do Estado. O deputado Henrique Alves chega com esse perfil de nome ideal com mais essa garantia de ter apoios políticos, bem mais consistentes do que qualquer outro nome no PMDB.

Blog do Skarlack - Fala-se que o PMDB irá fazer uma aliança com o PSB, para ter a vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria, como candidata ao Senado...

Paulo de Tarso - Eu vejo aí uma dificuldade na eleição presidencial. O PMDB apoia intransigentemente, a presidente Dilma Rousseff e o PSB, da vice-prefeita de Natal e ex-governadora tem candidato lançado, aliás, um bom candidato, que é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Eu vejo uma dificuldade. Mas, isso é uma coisa que depende muito das pessoas e principalmente, da governadora Wilma, cujo o nome é muito vem avaliado, e com razão, pela opinião pública.

Blog do Skarlack - Quais serão os desafios do futuro governador do Rio Grande do Norte?

Paulo de Tarso - Os problemas do Rio Grande do Norte são muitos. Mas, existem um marco que precisa ser enfrentado que é o saneamento financeiro do Estado, que passa pelo resgate do crédito. Esse crédito não é apenas financeiro. Vai para a credibilidade do governo. O governante que tem apoio político sólido, consistente, terá sem dúvida autoridade política para fazer esse resgate do Estado. É o primeiro instantes.

Blog do Skarlack - O que mais será necessário?

Paulo de Tarso - Depois, e eu vou usar uma expressão que parece dramática, mas é a que se adequa a nossa realidade. Nós precisamos pedir socorro. Nós não temos meios de enfrentar as dificuldades do Estado sozinhos. Nós temos que pedir ajuda externa para que se repense a forma de governo o Rio Grande do Norte.

Blog do Skarlack - Em sua opinião como é nossa estrutura administrativa?

Paulo de Tarso - Nossa estrutura administrativa é absolutamente anacrônica, antiquadra, ineficiente. As coisas no Rio Grande do Norte, deploravelmente, não funcionam. A despesa é mal feita, os gastos não são qualificados e isso tudo leva a esse quadro de ineficiência e de notória incompetência. É preciso resgatar isso. E só um governante que tenha sólido apoio político conseguirá fazer isso.

Blog do Skarlack - O que houve no episódio em que o senhor pediu para sair da Casa Civil, do governo Rosalba?

Paulo de Tarso - É preciso recordar que eu deixei governo Rosalba, por discordar de ato político que eu entendia ser nocivo ao governo Rosalba. E foi nocivo. E o resultado está aí. Começou a perder credibilidade a partir de não haver cumprido os compromissos assumidos com o vice-governador.

Blog do Skarlack - Quanto ao vice-governador Robinson Faria, ele está preparado para dirigir o Rio Grande do Norte?

Paulo de Tarso - O vice-governador está absolutamente preparado para governar o Rio Grande do Norte. É um homem honrado, honesto, competente, digno, de compromisso, de equipe.

Blog do Skarlack - Quanto a candidatura do mesmo ao Governo do Estado?

Paulo de Tarso - Passa a candidatura de Robinson Faria, por esse mesmo processo que passa a governadora, que é o processo de isolamento político. É preciso romper isso. Até porque eu volto a dizer que não se governa um Estado, sozinho. Ele tem tentado, e tem tentado com muita obstinação e acerto romper esse processo de isolamento político. Eu particularmente torço, como filiado ao PMDB, e depois de ter dedicado toda a minha vida política ao partido, torço para que o PMDB possa refletir e apoiá-lo. Neste caso teríamos um grande candidato e, certamente, um grande governador.

Blog do Skarlack - O senhor chegou, em algum momento, a se arrepender de ter pedido para sair do governo Rosalba Ciarlini?

Paulo de Tarso - Não, arrependimento, jamais. Ao contrário. Eu acho que o tempo demonstrou o acerto da advertência que eu fiz. E do ato que eu assumi, arrostando todas as consequências. Está aí o processo de isolamento político da governadora. É lamentável. Mas, que começou a partir daquele instante. Então, ou se reverte esse processo de isolamento político que começou com a hostilidade feita ao vice-governador, ou aí sim, deploravelmente, a governadora pode não ter condições de disputar a reeleição.

Blog do Skarlack - Esse isolamento político da governadora Rosalba Ciarlini, tem reflexo da influência do seu marido, Carlos Augusto Rosado?

Paulo de Tarso - A governadora do Estado é a doutora Rosalba. Se recebe influência ou não recebe, a responsável pelo governo do Estado é ela. A influência eventual do deputado Carlos Augusto Rosado é uma influência benéfica para a governadora. O problema não é a influência do marido junto à esposa. O problema é o isolamento político de ambos. O afastamento político que ambos impuseram a classe política. Se há alguém culpados, são ambos. Porque o processo nocivo não é a eventual influência do deputado Carlos Augusto no governo. O que é nocivo é o isolamento político que o governo instaurou. Tanto faz ser chefe da Casa Civil ou governador. O problema é que não há mais apoio político. A começar da Assembleia Legislativa, da bancada Federal e do próprio partido da governadora. Então, o ponto nocivo é o isolamento que ambos patrocinam junto a classe política.

Blog do Skarlack - Como o senhor tem acompanhado a situação jurídica que envolve a prefeita cassada, Cláudia Regina e que tem respingado na governadora Rosalba Ciarlin?

Paulo de Tarso - A mim me parece que há um reflexo de excesso na aplicação da lei que está permeando todos esses processos que envolvem a eleição municipal de Mossoró. Não é possível que isso seja revertido pelo Tribunal Superior Eleitoral em Brasília.

Fonte: Carlos Skarlack

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