Governo deve extinguir mais de 300 escolas em todo o Rio Grande do Norte

Um total de 346 escolas da rede estadual, a  maioria na zona rural de municípios do Rio Grande do Norte, correm o  risco de serem extintas pela Secretaria Estadual de Educação e Cultura  (SEEC), porque, na maioria dos casos, estariam sem funcionar há vários  anos. A informação é da subcoordenadora de Inspeção Escolar da SEEC,  Maria Auxiliadora Albano. Desse total, 76 já estão com processo de  extinção em tramitação e 270 ainda esperam o início desse procedimento. A  governadora Rosalba Ciarlini fechou definitivamente ontem, através de  decreto publicado no Diário Oficial do Estado (DOE), sete dessas  unidades de ensino - uma na capital e seis no interior.
De acordo com o decreto da governadora, os professores, servidores e  alunos das escolas serão remanejados para outras instituições mais  próximas. A justificativa para a extinção da maior parte delas é a falta  de alunos e, em um dos casos, está relacionada ao fato de funcionar em  um prédio alugado, apesar de estar muito próxima a outras escolas da  rede estadual. As unidades de ensino que deixaram de existir foram a  Escola Estadual Professor Bartolomeu Fagundes (Natal), José Maria do  Nascimento (Bodó), Francisco Pereira (Frutuoso Gomes), Jacu (Martins),  Alto do Bonfim (Rafael Godeiro), Professora Dina Nunes de Brito  (Umarizal), e a Escola Isolada Serrinha do Major (Antonio Martins).
Segundo Maria Auxiliadora Albano, as sete escolas tiveram suas  atividades encerradas definitivamente por falta de alunos. A única que  ainda tinha estudantes matriculados era a Bartolomeu Fagundes, na  avenida Alexandrino de Alencar, que matriculou apenas 170 alunos ano  passado. "Devido ao baixo número de alunos e ao fato da escola estar  situada em prédio alugado à Maçonaria, pagando cerca de R$ 5.200 mil por  mês, optamos pela extinção, porque nas proximidades existem duas outras  escolas da rede estadual", explica Auxiliadora. Já no município de  Antônio Martins, a medida foi tomada após ser decretada a aposentadoria  da professora, em cujaresidência funcionava o estabelecimento de ensino.
Com relação às 346 escolas que podem ser extintas, ela alega que essa é  uma medida necessária, porque estão sem funcionar há muito anos,  repercutindo negativamente no Censo Escolar e obrigando seus antigos  gestores a anualmente prestarem esclarecimentos à Receita Federal sobre a  unidade executora que mantém o caixa escolar.
"O problema é que as escolas fecham e os ex-diretores continuam tendo  que fazer declaração na Receita Federal, porque ainda não foi publicado  nenhum ato de extinção do estabelecimento", disse Auxiiadora. A  subcoordenadora informou que a maior parte dessas escolas estava sem  funcionar há muitos anos e algumas só tinham uma sala de aula, que  ficava na casa da professora ou diretora. Ela citou a Escola Rosário, no  município de João Dias, que está fechada desde 2008, e a Escola  Palmeira, no município de Patu, que desde 2002 não funciona.
"Desgaste social é forte"
"É muito difícil fechar uma sala de aula, imagine uma escola. Temos  que trabalhar uma comunidade durante algum tempo, porque o desgaste  social é muito forte. Parece ser um retrocesso, bom é criar escola que  dá uma ideia de desenvolvimento", afirma a subcoordenadora de Inspeção  Escolar da SEEC, Maria Auxiliadora Albano. Mas ela explica que, antes de  uma escola entrar no processo de extinção, a Secretaria de Educação do  Estado tenta repassar a responsabilidade do estabelecimento para o  município, através de um regime de colaboração entre os entes federados,  como prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).
Quando o município não aceita e a comunidade não comporta mais de uma  escola, é que é feito o processo de extinção e transferência dos alunos  para outros estabelecimentos próximos. No caso da unidade ser do ensino  médio, a Seec faz convênio com o município para prover o transporte  escolar desses alunos até as escolas situadas na zona urbana, que  normalmene têm laboratórios e bibliotecas. A maior dificuldade,  reconhece ela, é com relação ao acervo da escola. "Tem muita gente que  estudou ali há décadas e, se não tivermos cuidado esse acervo, se perde.  Por isso, todo esse material será recebido e digitalizado pela  Secretaria de Educação do Estado", garantiu a subcoordenadora.
Fonte: Dn On line e editado por Martins em Pauta
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