O avanço do tráfico de drogas no Rio Grande do Norte é evidenciado  pelos dados de apreensão de entorpecentes da Polícia Federal (PF).  Comparando-se os quatro primeiros meses de 2011 com todo o ano passado,  verifica-se um aumento de 587% em relação à cocaína e 23% no que diz  respeito ao crack. Segundo o agente federal Stênio de Almeida, da  Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), um dos fatores para isso  se deve à identificação do usuário potiguar com o crack. Para piorar a  situação, a PF já tem suspeitas de consumo de uma nova droga, o "oxi",  na Zona Norte de Natal. Ela é duas vezes mais potente e devastadora que o  crack, mas custa o mesmo preço.
De acordo com os números da DRE, entre 2005 e 2011 já foram apreendidos  482,4kg de crack e 338kg de cocaína. Ainda nesse período, foram 138kg de  pasta base da droga. Somente em 2011, já foram recolhidos pela PF 161kg  de crack e 55kg de cocaína. Em 2010, foram 130kg do primeiro tipo de  entorpecente e 8kg do segundo. Já em2005, os números eram 49,9kg e 12kg,  respectivamente.
Stênio de Almeida diz que o usurário de drogas do RN se identifica mais  com o crack pelo suposto preço menor da droga em relação à cocaína e seu  efeito imediato e mais intenso. "Mas, na verdade, o crack sai mais  caro. O grama de cocaína custa R$ 50. Ela demora dez minutos para fazer  efeito no cérebro da pessoa e dura 40 minutos esse efeito. A pedra de  crack custa somente R$ 5, demora apenas quatro segundos para fazer  efeito, mas dura somente dez minutos. Então, o viciado, para manter o  efeito, chega a gastar R$ 100 por dia".
O agente federal diz que grande parte dessas drogas chega ao Estado  vinda da região Norte do país. "O tráfico é feito via terrestre,  transportado pelas nossas rodovias, ou aérea, através dos voos  domésticos". A origem desses entorpecentes são os países vizinhos  produtores de cocaína, como Bolívia, Peru e Colômbia. "A droga também  vem da Venezuela, que, apesar de não produzir, faz fronteira com o  país". A porta de entrada, segundo ele,são os estados fronteiriços do  Acre, Rondônia e Mato Grosso. Daqui, a droga parte para a Europa e  África, além de abastecer o mercado interno.
De acordo com Stênio de Almeida, a grande dificuldade na repreensão ao  narcotráfico está no contingente da PF. "Por exemplo, somente com a  Bolívia são 382 quilômetros de fronteira. Imagina ter que colocar um  policial por quilômetro para coibir a entrada. Isso é impossível  atualmente".
"Oxi" é consumido na Zona Norte
O policial federal Stênio de Almeida chama atenção ainda para a  entrada do oxi em território potiguar. "Temos notícias de que há o  consumo dessa droga na Zona Norte. Contudo, ainda não conseguimos fazer  qualquer apreensão dela". Segundo Stênio de Almeida, esse entorpecente é  feito da pasta base da cocaína e se apresenta em formato de pedra, como  o crack. "Por isso a dificuldade de reconhecê-la, pois pode claramente  confundir-se com o crack". Porém, possui o dobro de concentração de  cocaína em sua composição, causando duas vezes mais devastação no  usuário.
O agente federal afirma que essa não é uma droga nova, propriamente.  "Ela surgiu ainda nos anos 80, em estados como o Acre e Rondônia. Mas  ainda não havia sido difundida por aqui". Para o policial, o grande  risco da chegada dessa droga para o consumidor é seu poder ainda mais  elevado de viciar e o preço igual ao do crack.
Fonte: Dn online
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