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sábado, 23 de abril de 2011

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Polícia síria mata 100 manifestantes em dia de protesto nacional

Um do cartazes usados nos protestos
Um do cartazes usados nos protestos

Cerca de 100 pessoas foram mortas ontem em várias cidades da Síria onde decorreram manifestações contra o regime do Presidente Bashar al-Assad. Segundo informações recolhidas pela televisão Al-Jazira, as vítimas são de Homs, Douma e Azraa.

A partir de Homs, uma testemunha relatou como um grupo de 200 pessoas se destacou do corpo da manifestação, entrando primeiro na rua de acesso à praça central da cidade. Ali, foram recebidos com tiros. "De repente, as forças de segurança começaram a disparar para todos os lados".

Os grupos da oposição marcaram, para hoje, uma jornada de protestos que querem que seja decisiva para o futuro do regime. Foram convocadas manifestações para 40 cidades em toda a Síria, na que é a primeira acção conjunta da oposição desde que a sublevação pró-democracia começou, em Março.

Fiel à resposta que deu, desde o início, à vaga de contestação, Assad mobilizou a polícia e as tropas que patrulhavam fortemente as cidades. A correspondente da Al-Jazira em Damasco (um dos poucos jornalistas estrangeiros no país) conta que o nível de tensão na capital atingiu um nível nunca visto. "Não foi uma grande manifestação e foi dispersada muito depressa porque a presença das forças de segurança era brutal". Foram disparadas granadas de gás lacrimogéneo e, a seguir, a polícia montou checkpoints e pedia a identificação a quem se aproximava.

Em Hasakah, os testemunhos recolhidos pelas televisões e agências de notícias dizem que a polícia agrediu violentamente os manifestantes.

A repressão dos protestos pró-democráticos matou pelo menos 220 pessoas na Síria desde Março. E os próprios organizadores do protesto nacional de hoje admitiram esperar mais tiroteios e, portanto, mais um banho de sangue.

A este dia, a oposição chamou "A Grande Sexta-Feira" e é a primeira acção coordenada de todos os grupos contra o regime ditatorial de Bashir al-Assad, que há dias levantou o estado de emergência que vigorava no país desde os anos de 1948 e que proibia as manifestações.

As palavras de ordem mais ouvidas, segundo a Al-Jazira, pediam a abolição do Partido Baas, no poder, e a transformação da Sìria numa democracia.


Comunicado conjunto
No primeiro comunicado conjunto, a oposição reunida no Comité Local de Coordenação — que tem representantes de todas as províncias do país — é afirmado que “a liberdade e a dignidade só podem ser alcançadas através de um processo de mudança pacífico”. “Todos os presos políticos têm que ser libertados. O aparato de segurança tem que ser desmantelado e substituído por outro com atribuições especificadas pela lei e qu eopere de acordo com a lei”.

Uma fonte da Al-Jazira dizia: “A grande questão, a pergunta que está na cabeça de toda a gente, é: o que acontecerá. Na passada sexta-feira as pessoas tentaram realizar uma marcha na capital e foram obrigadas a recuar com gás lacrimogéneo. O que vemos neste momento são as forças da ordem a posicionar-se de forma a impedir a concentração das pessoas, isso está a acontecer em Homs e Deraa[onde na segunda-feira foram mortos 22 manifestantes], por isso vai ser difícil aos manifestantes chegarem ao centro das cidades porque as forças policiais já lá estão”.

As autoridades sírias dizem que a violência tem origem em grupos armados de muçulmanos sunitas. Estes constituem 85 por cento da população, mas a elite dirigente é alauíta (um ramo xiita).

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