O bebê nasceu com aproximadamente cinco meses de gestação e ficou cerca de 12 horas dentro de um saco usado para armazenar corpos. Durante a cerimônia fúnebre, uma parente abriu o caixão e percebeu que o recém-nascido apresentava sinais de vida.
"Chorou no caixão", relataram familiares presentes no velório. A descoberta interrompeu a cerimônia e mobilizou os presentes para o retorno imediato da criança à maternidade.
O parto ocorreu na noite de sexta-feira (24), após a mãe ser transferida do município de Pauini, no Amazonas, para o Acre. A transferência foi necessária porque a unidade de saúde amazonense não tinha estrutura adequada para atender as complicações da gestação, que incluíam sangramento e quadro de risco.
De acordo com a documentação médica, a causa do suposto "óbito" foi atribuída à hipóxia intrauterina, condição caracterizada pela insuficiência de oxigenação fetal durante a gestação.
A pediatra Mariana Collodetti, que assumiu o caso após a readmissão do bebê por volta das 10h de sábado, confirmou o quadro de extrema prematuridade. O recém-nascido tinha apenas 23 semanas e cinco dias de gestação, com peso de 520 gramas, fatores que contribuíram para seu estado crítico de saúde.
A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou em comunicado oficial que todos os protocolos de reanimação foram seguidos pela equipe médica durante o parto. O órgão estadual também afirmou que o bebê foi entregue à família somente após a constatação da ausência de sinais vitais.
"Cerca de 12 horas depois, já fora da unidade, o bebê apresentou sinais vitais e foi imediatamente levado de volta à maternidade, onde permanece sob cuidados intensivos", declarou a diretora Simone Prado em nota oficial. A gestora expressou solidariedade à família e reafirmou o compromisso com práticas éticas e humanizadas.
O caso provocou a abertura de uma investigação interna pela Sesacre para apurar as circunstâncias do ocorrido. O Ministério Público do Acre (MPAC) também instaurou procedimento investigativo para determinar possíveis responsabilidades no episódio.
Segundo informações do MP, familiares relataram que uma empresa funerária particular já havia recolhido o corpo para realizar o sepultamento quando foi verificado que o bebê ainda respirava e chorava. O MPAC solicitou à Sesacre e à maternidade informações detalhadas sobre o atendimento prestado, identificação da equipe envolvida e procedimentos adotados durante todo o processo.
Veja o vídeo:

Nenhum comentário:
Postar um comentário