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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

PM acusado de matar personal após briga de trânsito em Natal irá a júri popular

Quinta, 12 de setembro de 2024

Paulo Henrique tinha 33 anos quando foi morto após uma briga de trânsito | Foto: Arquivo familiar

A Justiça decidiu que o policial militar Ronaldo Cabral Torres, acusado de matar o personal trainer Paulo Henrique Araújo Silva após uma briga de trânsito em Natal, deverá ser julgado perante o tribunal do júri. A pronúncia do réu foi feita pelo juiz José Armando Ponte Dias Júnior, em decisão assinada no dia 4 deste mês. O magistrado concedeu ao policial o direito de recorrer em liberdade, tal como já se encontra.

Paulo Henrique foi morto no dia 29 de abril de 2022, após uma discussão de trânsito em Natal. Segundo denúncia do Ministério Público (MPRN), a vítima foi morta com um tiro no rosto após uma discussão no trânsito, na Ponte de Igapó, e ser perseguido pelo algoz até o bairro Nordeste, na zona Oeste da capital potiguar. No local, o personal caiu da moto que conduzia após uma colisão traseira provocada pelo carro dirigido pelo policial – momento que precedeu o disparo.

Em interrogatório judicial, o acusado afirmou que matou a vítima em legítima defesa, uma vez que Paulo Henrique, após ter sua moto atingida pelo veículo que conduzia, teria partido para cima dele de maneira muito agressiva, agindo como se estivesse portando alguma arma, chegando a atingir o vidro do seu carro com golpes de capacete. A mulher do réu, que também é policial militar e estava com ele no carro, prestou o mesmo relato.

A namorada de Paulo Henrique, que estava como garupa na moto, relatou que ele não teria tentado agredir o réu. Ela disse que a vítima, ao se levantar do solo, foi em direção ao réu e tirou o capacete, sendo imediatamente alvejada por disparos efetuados pelo policial.

Na sentença de pronuncia, que encaminha o acusado para perante a júri popular, o juiz impronunciou a mulher do policial, que tinha denunciada por ter dado cobertura ao companheiro. O magistrado apontou que não há indícios suficentes nos autos de que tenha ela contribuído para a morte da vítima, tendo o próprio MP requerido a sua impronúncia. Na decisão, ainda n~ão foi marcada data para o julgamento.

O caso

Paulo Henrique tinha 33 anos de idade quando foi morto com um tiro no rosto no dia 29 de abril de 2022. O crime foi registrado no bairro Nordeste, na zona Oeste de Natal. As investigações, realizadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa da Zona Oeste 1, apontam que houve um desentendimento de trânsito na Ponte de Igapó, antes do homicídio. A vítima estava na moto com a namorada e o casal de PMs, em um carro.

O personal trainer teria recebido uma trancada e revidado praticando a manobra conhecida como “cortar o giro”, tendo feito menção que chutaria o automóvel. Ele foi perseguido ao seguir caminho pela Avenida Felizardo Moura e acessou o bairro Nordeste. Ao reduzir a velocidade para passar por uma lombada, a moto de Paulo Henrique foi atingida por trás pelo carro, e ele caiu. A vítima se levantou, tirou o capacete e foi em direção ao carro, quando foi alvejado no rosto pelo policial.

A perícia técnica comprovou que o projétil que matou a vítima saiu da arma que era utilizada pelo policial.

“A materialidade restou comprovada através dos documentos periciais acostados aos autos. Quanto aos indícios de autoria, esses encontram-se devidamente demonstrados com base nos relatos das testemunhas ouvidas e perícia balística”, diz trecho da denúncia apresentada pelo MP à Justiça. O documento ainda aponta que os acusados agiram movidos pela futilidade, motivados por mera discussão de trânsito, e que a vítima não teve chances de defesa.

Fonte: Tribuna do Norte

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