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domingo, 27 de setembro de 2020

Trump indica juíza católica ultraconservadora para Suprema Corte

Domingo, 27 de Setembro de 2020


Trump indica juíza católica ultraconservadora para Suprema Corte
Foto: Divulgação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeou a juíza Amy Coney Barrett, de 48 anos, para ocupar a vaga na Suprema Corte, aberta com a morte de Ruth Bader Ginsburg,  há dez dias.

 

A juíza é católica e considerada ultraconservadora em temas como aborto, imigração e direito ao porte de armas. Amy Coney Barrett é mãe de sete filhos e é a terceira integrante do tribunal superiore americano indicada por Trump. Barrett. O marido dela e os filhos estavam presentes na Casa Branca ao lado do presidente no momento do anúncio.

 

Tanto Trump quanto Barret citaram a importância da juíza Ginsburg e fizeram elogios ao seu trabalho na Suprema Corte. “Estou muito honrada pela confiança do presidente Donald Trump. Eu amo os EUA e a Constituição americana” afirmou a indicada.

 

Ela era favorita por religiosos que querem derrubar o direito ao aborto referendado pela corte nos anos 1970. A nomeação  terá que ser aprovada no Senado, onde o Partido Republicano tem maioria, apesar de  duas senadoras republicanas já terem se posicionado contra a escolha antes das eleições, em novembro.

 

Barret  se formou na Escola de Direito de Notre Dame em Indiana e atualmente integra o Tribunal de Apelações do 7º Circuito de Chicago. Ela também trabalhou para Antonin Scalia, juiz conservador da Suprema Corte que morreu em fevereiro de 2016, no fim do mandato de Barack Obama. À época, o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, bloqueou a votação do indicado de Obama à Corte, Merrick Garland.

 

A juíza faria parte do  People of Praise (Povo de Louvor, em tradução literal), uma comunidade cristã de renovação carismática, comparada à sociedade totalitária dominada por homens do romance de Margaret Atwood "The Handmaid's Tale" (O Conto da Aia), que deu origem à série de TV. O grupo ultraconservador é uma mistura incomum de tradições católica romana e pentecostal.

 

Amy, até então, não se pronunciou diretamente sobre o aborto como juíza, deu votos sinalizando oposição às decisões que derrubaram as restrições relacionadas ao aborto.  Em 2016, tentou defender uma lei de Indiana que exigia que restos fetais fossem enterrados ou cremados após um aborto, mas acabou derrotada. Três anos depois,  tentou aprovar outra legislação que permitiria que os pais sejam notificados quando uma menina menor de 18 anos estivesse buscando um aborto legal.

 

Barret já fez críticas à Suprema Corte por ter decidido favoravelmente à manutenção do chamado Obamacare, programa do governo que tentar garantir que todos americanos tenham acesso a um seguro de saúde. Oponentes à nomeação de Barret criticaram o governo Trump por apressar o processo. Grupos de direitos humanos temem que, uma vez na Suprema Corte, ela vote para restringir o acesso ao aborto, destruir o Obamacare e reverter os progressos em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. 

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