Segunda, 06 de Novembro de 2017
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Por dois anos e meio, o jornalista Cássio Bruno entrevistou 82 pessoas em vários estados do país para mergulhar na história do ex-deputado federal que delatou o esquema do mensalão. O resultado é “Roberto Jefferson — O homem que abalou a república”, biografia não autorizada que será lançada no próximo dia 17, na livraria Travessa de Ipanema.
Como surgiu a ideia do livro?
Foi num dos intermináveis plantões em frente à casa do Roberto Jefferson, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio. Ele foi o último dos condenados do mensalão a ir para a cadeia.
Quais questões o livro aborda?
Não foi escrito para jornalistas que cobrem política em Brasília. A ideia é o público em geral ter noção de como foi o período antes, durante e depois do mensalão. Tem bastidores, curiosidades e furos jornalísticos.
O que, por exemplo?
As regalias que o Roberto Jefferson recebeu na cadeia são um dos pontos altos. Visitas irregulares e até doação de dinheiro para o churrasco dos carcereiros. Para se ter ideia, ele coordenou duas campanhas eleitorais dentro da cela: da filha Cristiane Brasil para deputada federal e a do ex-genro Marcus Vinícius para deputado estadual.
Alguma novidade sobre os bastidores do mensalão?
Roberto Jefferson quis matar o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, seu maior inimigo político. Ele próprio me confessou na entrevista para o livro. Roberto, inclusive, viajou do Rio para Brasília, de jipe, com uma arma para não chamar atenção nos aeroportos.
Se Roberto Jefferson foi entrevistado, porque é uma biografia não autorizada?
A biografia é não autorizada porque ele, em nenhum momento, teve acesso ao conteúdo antes de os originais irem para a editora. O trabalho foi jornalístico. O livro não é chapa branca. Ao contrário. Talvez o próprio Roberto e sua família não gostem do resultado. Melhor assim.
O que o motivou a contar a história de Roberto Jefferson?
É um baita personagem do ponto de vista jornalístico. Além de ser um político polêmico, tem boas histórias fora do Congresso, como ter advogado para bicheiros. O mais importante é que o mensalão criou precedentes no combate à corrupção e abriu caminho para a Operação Lava Jato. Até o escândalo, em 2005, os brasileiros nunca tinham visto gente poderosa da República e do Congresso ir para a cadeia. E o Roberto foi um dos protagonistas de tudo isso.
EXTRA
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