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sábado, 22 de outubro de 2016

Delator revela como Renan e seu grupo receberam R$ 5,5 milhões do petrolão

Sábado, 22 de outubro de 2016
 
ÉPOCA teve acesso a depoimentos sigilosos de Felipe Parente, homem da mala do PMDB, que detalhou como foram feitos pagamentos de propina de empreiteiras ao presidente do Senado. Valores atualizados atingem 11 milhões

POR ÉPOCA

PETROLÃO O presidente do Senado Renan Calheiros, recebeu parte dos R$ 5,5 milhões repassados pelo delator Felipe Parente (Foto: José Cruz/ABR)

Na badalada Rua Farme de Amoedo, na zona sul do Rio, funcionou até 2007 o restaurante Chez Pierre, no anexo do Hotel Ipanema Plaza. Ali, diante de um cardápio que reunia 102 pratos, Felipe Parente, o homem da mala dos senadores do PMDB, encontrou-se mais de uma vez com Iara Jonas, assessora do Senado, uma senhora de aspecto distinto, sempre elegante. Não afeita a rodeios, sucinta, Iara apenas pegava envelopes, outras vezes sacolas, com o dinheiro que lhe repassava o empresário cearense, parceiro do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado. ÉPOCA teve acesso a depoimentos sigilosos de Parente prestados a procuradores do Grupo de Trabalho da Lava Jato naProcuradoria-Geral da República. O conteúdo fornece a prova mais robusta até agora contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os detalhes revelados pelo delator impressionam. Ele conta que, certa vez, Iara se mostrou apreensiva com o volume de dinheiro. “QUE ao receber a sacola, IARA pegou os envelopes e os separou em duas sacolas e também na sua bolsa; QUE, na ocasião, IARA comentou que estava apreensiva por ter que pegar um voo com o dinheiro em espécie recebido do depoente”, relatou Parente. Nos depoimentos (leia trechos abaixo), o empresário fornece o roteiro, como protagonista, de supostas captações de propina junto a empreiteiras do petrolão, em endereços precisos, as circunstâncias e locais dos cerca de 15 encontros que teve com Iara, identificada por ele como a interlocutora exclusiva das propinas endereçadas a Renan e ao senador Jader Barbalho (PMDB-PA). O depoimento de Parente é peça-chave na estrutura narrativa que a PGR monta para caracterizar o envolvimento de Renan com o petrolão. Com a prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, percebeu-se a força da metodologia da PGR. Na fundamentação de sua decisão, o juiz Sergio Moro elencou uma dúzia de casos e resultados de investigações que foram conduzidas pela equipe que despacha com o procurador Rodrigo Janot. Leia mais sobre as revelações inéditas do correio da propina do PMDB na edição impressa de ÉPOCA que irá às bancas a partir de amanhã.

Fonte: Carlos Skarlack

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