Sábado, 26 de Março de 2016
por Leonêncio Nossa | Estadão Conteúdo

Foto: Divulgação / Itamaraty
A Comissão de Relações Exteriores do Senado vai votar pedido de convocação do ministro Mauro Vieira, do Itamaraty, para explicar o envio para embaixadas, no dia 18, de telegramas com alertas de organizações não governamentais sobre um "golpe" contra a presidente Dilma Rousseff. Em uma das mensagens, o diplomata Milton Rondó Filho pediu às representações no exterior que indicassem um funcionário para dialogar com movimentos sociais nos países em que atuam. Uma hora e meia depois de uma segunda circular, o secretário-geral da pasta, Sérgio Danese, enviou telegrama desautorizando o subordinado. Funcionários do Itamaraty informaram que Rondó Filho foi advertido por Danese, cujo cargo está imediatamente abaixo do de Vieira. O secretário-geral proibiu o diplomata de enviar novos telegramas sem sua autorização. Rondó afirmou ao superior que teve intenção apenas de dar conhecimento a movimentos sociais no exterior de avaliações de ONGs brasileiras sobre a situação política brasileira. O texto que causou polêmica, anexado em um dos telegramas, foi produzido pela Associação de Organizações Não Governamentais (Abong) e "denunciava" um "processo reacionário que está em curso no país contra o Estado Democrático de Direito". Na conversa com Danese, Rondó Filho observou que, no Itamaraty, responde pela chefia da Coordenação Humanitária e Combate à Fome e tem como função fazer o diálogo entre movimentos sociais. Esse órgão foi criado no embalo da política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de aproximação com países da África e da América Latina. O ministério descarta uma sindicância contra Rondó Filho. Por meio de assessores, a pasta informou que as posições de Rondó Filho foram estritamente pessoais e não ilustraram o posicionamento do ministério.
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