Segunda 14 de Março de 2016

Foto: Reuters/Ricardo Moraes
Estudos mostram que até uma em cada três crianças de famílias pobres crescem sem o pai biológico no Brasil. Mas esse número pode estar em crescente. Os médicos na linha de frente do surto de Zika se dizem preocupados com o número de mães de bebês com microcefalia que estão sendo abandonadas.
Em uma clínica especializada em microcefalia de Campina Grande, na Paraíba, a psicóloga Jacqueline Loureiro ajuda mães a lidar com o estresse e o trauma. Das 41 mulheres que ela aconselha, somente 10 recebem apoio financeiro ou emocional adequado de seus companheiros. "No começo, muitas das mulheres dizem que têm um companheiro, mas à medida que você as conhece percebe que o pai nunca está por perto e que o bebê e a mãe na prática foram abandonados", afirmou.
Até a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar o aumento de casos de microcefalia e outros problemas neurológicos possivelmente associados ao vírus da zika uma emergência de saúde pública mundial no dia 1º de fevereiro havia pouco interesse na malformação e nenhuma informação sobre o ônus sobre os pais. Mas estudos sobre crianças com outras necessidades especiais mostram que a doença aumenta substancialmente a chance de separação de casais.
A secretária da Saúde de Campina Grande, Luzia Pinto, informou que a cidade planeja fornecer moradia para as mães e as crianças com microcefalia por meio de um programa habitacional do governo para auxiliar o enfrentamento da crise. Ela também garantiu que uma psicóloga foi contratada na clínica para dar apoio às mães.
Nenhum comentário:
Postar um comentário