martins em pauta

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Rosalba não está só nas responsabilidades pelo caos



Constatação e futuro

Sejamos justos: Rosalba Ciarlini (DEM) não enterrou sozinha o Rio Grande do Norte nesse caos. Olhe as fotos dos governos passados. Veja os rostos. Sacou? Estão sempre sorrindo, em qualquer governo, porque costumam estar em todos.

Rosalba chora em sua posse em 01-01-11. O RN chora muito mais de lá até aqui (Foto: Canindé Soares)

Rosalba completou o serviço, porque ela e o “governador de fato”, Carlos Augusto Rosado (DEM), não estavam preparados para gerir o que pegaram. Incompetentes.

Mesmo antes que eles assumissem, eu escrevi várias vezes: “O RN não é Mossoró e o Estado não é a Prefeitura de Mossoró“. Simples assim.

Levaram para o Governo do Estado uma mentalidade centralizadora, paroquial e coronelista, com visão primitiva de gestão pública. Deu errado. Mas é o jeito deles, a natureza deles. Sempre foi assim. Por que iriam mudar agora?

Carlos e Rosalba estavam acostumados à gestão de um Fusca. Caíram na boleia de um caminhão Volvo e até agora não engataram a primeira marcha. Nem há mais tempo para arrancar. Estão atolados até o eixo.

Em Mossoró, não tinham sindicato funcional, mídia, judiciário, MP ou Câmara contra. Nem oposição existia. Venderam imagem surreal de êxito, que na verdade nunca passou de maquiagem feita com densa propaganda e obras de visibilidade.

A Prefeitura de Mossoró é um atraso como máquina pública, ninho de rato (literalmente). Não há projeto de desenvolvimento algum. Nunca houve. Só improviso. O último prefeito a pensar Mossoró grande e para bem adiante, foi Dix-huit Rosado.

Verdadeiramente, lamento o fracasso. Esperava pelo menos um governo convencional, de “obras estruturantes”. Nem isso. Nem propaganda salva.

O casal está sendo “devolvido” a Mossoró, seu rincão. Casa Grande e Senzala. Poderiam fazer mais se ouvissem. Mas não conseguem.

O próximo governador tem que assumir parte do legado que ajudou a construir. Henrique Alves (PMDB) e Robinson Faria (PSD), principais concorrentes à cadeira dividida nessa diarquia por Carlos e Rosalba, não são inocentes nesse enredo.

Precisam beber em fontes que ousaram mudar por ousarem ser ousados: Aluízio Alves e Cortez Pereira. Terão que juntar cacos e aplacar ódios. Vão ter que parar de beneficiar a parentada e os compadres, ofertando a força do Estado àqueles que mais precisam do Estado.


O Estado do RN deve ser um Estado provedor. Fomentador de oportunidades e ombro àqueles que precisam se erguer ou serem soerguidos. Um estado de oportunidades a nativos e aos que quiserem investir nele.

Os candidatos a governador que despontam, não são simpáticos e populares. Isso todos nós sabemos. Nem precisam ser. Longe disso.

Precisamos de gente capaz, ousada, perspicaz, articulada, com capacidade de juntar contrários e trabalhar com visão de futuro para o RN.

Não acredito em quem vai estudar, ainda vai planejar ou ouvir. Tem que chegar fazendo.

Nossos problemas estão aí há tempos. São os mesmos. Chega de “enrolation“.

Sou capiau dos arrabaldes da Capela de São Vicente, minha “República” imaginária. Sou do sertão e não quero parar de contribuir pro meu lugar, mesmo que pareça pouco aos olhos da maioria.

O RN precisa ser um todo. Não pode “morrer” na Reta Tabajara. Não podemos aceitar dois RNs, com um rico e outro pobre e ignorado de lá para cá.

Falta-nos uma Política de Estado; missão para mais de um mandato, com planejamento, renovação de costumes e envolvimento da sociedade.

Isso é possível? Claro.

O RN que não funciona só é interessante para uma minoria que precisa mantê-lo desse jeito, num butim infindável.

Desse jeito, não nos serve.


Fonte: Carlos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Contato : (84) 9 9151-0643

Contato : (84) 9 9151-0643