Sábado, 06 de dezembro de 2025
A investigação federal acumulou documentos, gravações e conversas de WhatsApp que, segundo as autoridades, mapeiam o fluxo financeiro dos recursos movimentados por Antônio Carlos. Entre as evidências estão diálogos entre o "Careca" e Lulinha, parte deles fornecida por Edson Claro.
Conforme os depoimentos, Lulinha teria sido contratado para prestar serviços de articulação política para a "World Cannabis", empresa de cannabis medicinal que opera nos Estados Unidos, Portugal e Brasil. Edson ocupava o cargo de diretor executivo da companhia desde 2023.
O rompimento entre Edson e Antônio Carlos aconteceu após a operação Sem Desconto da PF em abril deste ano. Após o afastamento profissional, Antônio Carlos teria ameaçado Edson durante um encontro entre ambos.
Edson Claro declarou à PF que Lulinha seria sócio não-oficial da "World Cannabis" em Portugal. Documentos analisados mostram que a empresa está registrada na cidade do Porto como "Candango Consulting", tendo como proprietários formais apenas Antônio Carlos Camilo Antunes e seu filho, Romeu Antunes.
O ex-funcionário explicou que a empresa portuguesa se dedicaria ao cultivo indoor de cannabis para fins medicinais, atividade permitida em Portugal. O plano comercial incluiria a produção de medicamentos para posterior venda ao Sistema Único de Saúde, através do Projeto Amazônia.
Edson relatou viagens de Lulinha à Europa acompanhado do "Careca do INSS". Um desses deslocamentos ocorreu em novembro de 2024, com passagens para Lisboa compradas por Antônio Carlos através da empresa Fly Tour, partindo do aeroporto de Guarulhos.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS no Congresso Nacional rejeitou a convocação de Lulinha por 19 votos contra 12 na quinta-feira (5). Na mesma comissão, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) contestou as acusações contra o filho do presidente. A CPMI também rejeitou a convocação de Edson Claro.

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