Quinta, 27 de junho de 2024
O que não tenho visto é gente notando que, ao mesmo tempo em que fingia dar um puxão de orelha nos seus pares, repetia a mesma conduta que estava a condenar.
Ou seja, enquanto dizia que a questão deveria ser resolvida no Parlamento, votava para resolver no Supremo, concordando com a descriminalização.
Critica o ativismo judicial praticando o ativismo judicial.
Paradoxal?
Incoerente?
Sim, tudo isso, algo comum no pensamento dialético materialista, para provocar dissonância cognitiva, enquanto expõe ideias opostas em um duplipensar que deixa o interlocutor atordoado e sem reação.
Em outras palavras: o cara fala duas coisas opostas, incompatíveis, como se fossem coerentes, deixa o outro confuso e continua agindo como se fosse a coisa mais natural e inteligente.
Gera um "Bug" no ouvinte.
Por que ele faria isso?
A meu ver, assim como o rato pressente quando o navio está afundando e tenta fugir.
Fux está percebendo que os abusos togados não poderão continuar avançando e tenta sinalizar ao outro lado que também não concorda com as atuações de seus colegas.
Porém, não pode ainda romper completamente, visto que está comprometido até o pescoço e ainda não sabe quais serão os resultados dos embates que estão ocorrendo.
Tenta ficar em cima do muro e agradar aos dois lados. Morde e assopra.
A meu ver conseguiu apenas desagradar aos dois lados e expôs completamente a sua covardia e falta de convicções.
Seus colegas não devem estar satisfeitos com suas acusações e nós, povo, não ficamos satisfeitos com seu ativismo judicial, passando por cima da vontade popular e do Parlamento.
Que tenha o mesmo destino dos demais, que atentam contra o estadodemocraticodedireito.
Pedro Possas. O autor é médico.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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