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sexta-feira, 19 de março de 2021

PM prende manifestantes que abriram faixa em frente ao Planalto chamando Bolsonaro de ‘genocida’

 Sexta, 19 de Março de 2021

Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

A Polícia Militar do Distrito Federal prendeu, nesta quinta-feira, cinco manifestantes que abriram uma faixa em frente ao Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, chamando o presidente Jair Bolsonaro de “genocida”. A assessoria da PM afirmou que eles infringiram a Lei de Segurança Nacional e foram encaminhados para uma unidade da Polícia Federal, já que os delitos enquadrados nessa lei são crimes federais.

Após prestarem depoimento, quatro dos cinco manifestantes foram liberados pela PF. Segundo parlamentares que acompanharam o assunto, a PF considerou não ter havido crime na conduta deles. Um dos manifestantes teria sido mantido preso porque a Polícia Federal detectou que havia um mandado de prisão em aberto contra ele.

A faixa chamava o presidente de “genocida” e o associava a uma suástica, símbolo do regime nazista de Adolf Hitler na Alemanha, que foi responsável por uma política de extermínio de 6 milhões de judeus, segundo cálculos de historiadores

Foto: reprodução

Militantes petistas

Parte dos manifestantes presos são militantes do PT, partido de oposição ao presidente.Os deputados Alencar Santana Braga (PT-SP) e Natália Bonavides (PT-RN), que são advogados de formação, foram à Polícia Federal acompanhar a tomada de depoimento deles. Segundo fontes, eles começaram a ser ouvidos sem a presença de advogados.

Essa crítica tem sido feita por opositores do presidente devido aos equívocos da sua gestão no combate à pandemia da Covid-19. Com um ano de pandemia, o Brasil já soma mais de 280 mil mortes pela Covid-19. Bolsonaro tem atuado contra medidas de isolamento social, que são defendidas por cientistas para conter a disseminação do vírus, e demorou para contratar vacinas a serem distribuídas pelo país. O resultado dessa gestão é comparado por seus opositores a um genocídio contra o povo brasileiro.

Recentemente, a Polícia Federal ou a Polícia Civil nos Estados têm aberto diversos inquéritos para investigar pessoas que chamaram Bolsonaro de “genocida” ou fizeram outras críticas ao presidente. Um dos casos recentes foi contra o youtuber Felipe Neto, no Rio de Janeiro.

Depoimento

Um dos manifestantes detidos, Rodrigo Grassi Cademartori, afirmou no depoimento à Polícia Federal que estava exercendo seus direitos de liberdade de expressão e manifestação. Ele disse que foi o responsável por escrever a frase “Bolsonaro genocida” na faixa. O GLOBO teve acesso ao depoimento. Grassi foi ouvido pelo delegado da PF Franco Perazzoni.

“O próprio declarante escreveu na faixa a frase ‘Bolsonaro genocida’, assumindo total responsabilidade por esse ato, até porque acredita que ao escrever isso estaria no exercício de seus direitos constitucionais, de livre expressão e manifestação”, diz o depoimento.

Grassi relatou que, quando abriram a faixa na Praça dos Três Poderes, policiais militares abordaram o grupo e apreenderam o material, levando o grupo à unidade da PF em Brasília. Disse que resolveu protestar “pela atual situação enfrentada pelo país em relação à pandemia”.

Ele afirmou ainda que “nunca imaginou que poderia ter problemas na manifestaçao de hoje, até porque foi uma manifestação pacífica”.

O Globo

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