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sexta-feira, 22 de julho de 2016

Presos pela PF fizeram ‘batizado online’ no Estado Islâmico e planejavam compra de fuzil

Sexta, 22 de Julho de 2016

por Rebeca Menezes
Foto: Reprodução / Globo News

Suspeitos presos nesta quinta-feira (21) pela Polícia Federal por planejarem ataques terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro fizeram um “batismo online” no Estado Islâmico. Segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, apesar de não ter havido contato direto de membros do EI com brasileiros, o batismo foi um dos motivos que levou a PF a deflagrar a operação. “O batismo ocorre em um site, em que a pessoa repete algumas palavras. Não tem contato direto. Mas apesar de não haver interação, a pessoa passa a achar que faz parte desse grupo”, justificou. O grupo utilizava grupos de mensagem como WhatsApp e Telegram para trocar informações. O ministro explicou que o homem apontado como líder do grupo morava em Curitiba e chegou a informar que pretendia viajar para fazer contato pessoal com o grupo terrorista, mas não tinha dinheiro. Nas mensagens, eles discutiam sobre a busca por uma forma de financiamento para os ataques, apesar de não chegar a discutir locais específicos para a realização dos ataques. O terceiro motivo que levou a PF a desistir de manter apenas o monitoramento foi a mudança de avaliação do Brasil como alvo. O país, que até então não faria parte dos locais apontados pelo EI, passou a constar nas mensagens como oportunidade de atingir estrangeiros que participarão dos Jogos Olímpicos. A operação, autorizada pela Justiça Federal do Paraná, prendeu dez pessoas em dez estados brasileiros. Para Moraes, isso reforça a ideia de que a célula era “amadora”. “Um deles entrou em contato com um site de armas clandestinas no Paraguai, solicitando um fuzil AK 47 para a realização do ataque. [...] Isso mostra que era uma organização amadora, sem preparo. Uma célula organizada não ia procurar arma pela internet, principalmente com o líder morando em Curitiba, perto do Paraguai, onde infelizmente se sabe que se compra muita arma”, avaliou o ministro. Além da compra do fuzil, o grupo também discutiu a possibilidade de realizar aulas de tiro e artes marciais, o que foram considerados “atos preparatórios” para uma ação no país e possibilitou a autorização das prisões preventivas. “Só é possível pedir a prisão se já houver atos executórios. Mas no combate ao terror não é possível que se espere o ato executório. Se você comprar uma arma e deixar em casa, não pode ser preso por homicídio, mas pode ser preso se comprou uma arma para executar atos de terrorismo”, comparou. Entre os presos, há dois condenados por homicídio. Porém, o ministro se recusou a dar mais informações sobre os suspeitos, por causa do sigilo das investigações.

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