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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Suíça investiga novo delator da Lava Jato e destino de propinas

Sexta, 25 de Setembro de 2015 


por Jamil Chade, correspondente | Estadão Conteúdo
Cunha foi citado na delação | Foto: Lula Marques/ Agência PT
O Ministério Público da Suíça anuncia que abriu investigações contra o ex-gerente da área Internacional da Petrobras Eduardo Musa, novo delator da Operação Lava Jato e que citou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Seus ativos já foram bloqueados e, segundo a reportagem apurou, procuradores tentam traçar o destino e origem do dinheiro que alimentou suas contas. No Brasil, Musa fechou um acordo de delação premiada e indicou que chegou a ter US$ 2,5 milhões no banco Cramer. Mas ele também admitiu ter usado o Credit Suisse e o Julios Baer. Ele ainda envolveu Cunha (PMDB-RJ) e afirmou à força-tarefa da operação ter ouvido que "quem dava a palavra final" em relação às indicações para a Diretoria Internacional da Petrobras era o deputado. No total, a Suíça anunciou a existência de US$ 400 milhões bloqueados nas contas do país, entre eles o valor de Musa. À reportagem, Andre Marty, porta-voz do MP suíço, indicou que a investigação foi aberta e que seus ativos foram congelados. O MP suíço indicou que outras pessoas também estão sob investigação, mas evitam por enquanto revelar os nomes. Questionado se Cunha estaria entre os envolvidos no inquérito, a procuradoria apenas respondeu que não poderia "nem confirmar e nem negar". A meta da investigação, agora, é a de saber quem recebeu e quem pagou as propinas às contas de Musa, além dos motivos pelos quais elas eram alimentadas. Uma das suspeitas é de que exista uma relação entre ele e a Odebrecht. Musa ainda afirmou ao Ministério Público Federal que "por volta de 2008/2009" conheceu o doleiro Bernardo Freiburghaus, apontado como operador de propinas da empreiteira Odebrecht no exterior. Ele disse que "acredita ter sido apresentado a Bernardo por Rogério Araújo, da Odebrecht". Araújo, ex-diretor da empreiteira, está preso em Curitiba desde 19 de junho, alvo da Operação Erge Omnes, a etapa da missão Lava Jato que alcançou a cúpula da maior empreiteira do País, inclusive seu presidente, Marcelo Bahia Odebrecht. Freiburghaus é suíço e, segundo os investigadores, voltou para seu País quando seu nome foi mencionado na operação. O MP revelou que, desde a abertura do processo em abril de 2014, o caso da Petrobras ganhou "dezenas de sub-processos", envolvendo inclusive investigações sobre a Odebrecht e ex-funcionários. Um deles foi Musa. Em março de 2015, o Ministério Público do país revelou 300 contas em 30 bancos diferentes com dinheiro fruto da corrupção. Do total bloqueado, US$ 120 milhões foram devolvidos aos cofres brasileiros.

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