Terça-Feira - 24/06/2014
Ludibriados
Esquema de Fafá e deputado Leonardo Nogueira segue uma trilha sinuosa para sobreviver na política
Às vezes, é difícil acreditar que políticos experientes como o prefeito Francisco José Júnior (PSD) e o vice-governador dissidente Robinson Faria (PSD) tenham caído no “Conto da Fafalete” e do deputado “Songamonga de olhar bovino”.

Leonardo e Fafá tentam "100% de acertos; Robinson diz "chega" e Francisco quer sinalizar rumo mais seguro
Mas é fato: foram lesados como dois patinhos dóceis e inocentes.
O casal ex-prefeita Fafá Rosado (PMDB)-deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM) garantiu que apoiaria Robinson em sua campanha a governador do Estado. Promessa com pés juntos, mãos postas e olhos rútilos para o céu.
Em troca, queriam a eleição do vereador Francisco Carlos (PV) para a presidência da Câmara Municipal de Mossoró.
O prefeito “quebrou lanças” e impôs o nome de Francisco, mesmo com contrariedade majoritária de sua bancada. Robinson disparou ligações, debulhou argumentos e apelou para que alguns vereadores rebelados acatassem Francisco.
Compromisso
Tudo certo. Prego batido, ponta virada.
Francisco e Robinson cumpriram o compromisso.
À semana passada, Robinson desembarcou em Mossoró para café da manhã com o casal, na mansão de ambos. Sorrisos largos, tapinha nas costas, abraços e tudo arrumado.
Fafá e Leonardo reiteraram apoio ao vice-governador.
Pouco mais de 24 horas depois, ocorre o inverso – na prática.
Fafá e Leonardo asseguram ao presidente da Câmara Federal e pré-candidato a governador, Henrique Alves (PMDB), que vão marchar com ele e não Robinson. Reunião em Natal.
Para fecharem o entendimento, ambos cobraram o controle do PMDB e PV em Mossoró, apoio financeiro e político-eleitoral às campanhas a federal (de Fafá) e estadual (de Leonardo).
O “plus” foi articular o desmanche de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) já protocolada na Câmara Municipal de Mossoró, para apurar compra superfaturada de medicamentos pela Prefeitura de Mossoró, o que fatalmente alcançaria as gestões de Fafá Rosado.
Toda a bancada da oposição (sete vereadores) foi chamada a Natal para reunião com Henrique Alves. Por lá, houve entendimento para aliviar a “barra” para Fafá Rosado, mesmo que não a apoiassem eleitoralmente.

Leonardo e Fafá: Henrique na "agulha"
A retirada do requerimento da CEI saiu “naturalmente”. Os autores alegaram que ocorrera certo “erro de procedimento”. A ex-prefeita viu-se livre de um embaraço que certamente teria consequências desastrosas à sua carreira política e vida civil.
Só mesmo Francisco José Júnior e Robinson Faria acreditariam no apoio do esquema de Fafá. Claro que isso seria praticamente impossível.
Se realmente apoiassem Robinson, como seriam candidatos por siglas sob o controle do grupo em torno da candidatura de Henrique Alves?
Fafá depende do PMDB de Henrique e Leonardo do DEM do senador José Agripino, aliado do pré-candidato a governador pelo peemedebismo.
É muita inocência.
Fonte: Carlos Santos
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