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domingo, 18 de maio de 2014

Alta do carro novo leva consumidor para o usado


Domingo, 18 de Maio de 2014 - 10:10
por Cleide Silva

Foto: Divulgação

Alta de preços e fim do crédito farto derrubaram em 4,5% as vendas de automóveis e comerciais leves novos no primeiro quadrimestre. No segmento de usados, o resultado é inverso, com crescimento de 5% nos negócios. Como resultado, a relação entre número de carros usados vendidos para cada novo voltou à média considerada histórica de três por um, que não era registrada desde 2007, e as lojas reclamam de falta de produtos. Apesar da melhora nas vendas, que de janeiro a abril somam 3,049 milhões de veículos (sem caminhões e ônibus), os preços dos usados seguem em trajetória de desvalorização. Segundo o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti, o preço dos carros novos teve alta de 4% a 5% neste ano, porcentuais que não foram acompanhados pelos seminovos. Vítor Meizikas, analista de mercado da consultoria Molicar, diz que, apesar da forte concorrência, as montadoras repassaram ao consumidor parte do aumento em razão da alta do IPI em janeiro e da inclusão de airbag e freio ABS em vários carros. Já os usados não conseguiram acompanhar o movimento, ampliando assim a distância de preço para o zero-quilômetro. Nos modelos mais caros, a depreciação é maior. Para comprar hoje um Fiat Bravo Absolute, que custa R$ 62 mil, o dono de igual versão com dois anos de uso precisa desembolsar mais R$ 15 mil. Para um Gol 1.0, a diferença é de R$ 6,7 mil (mais informações no quadro acima). Meizikas ressalta que a desvalorização do usado se acentuou nos últimos anos em parte por causa da facilidade de se adquirir o novo e em parte pela rapidez com que os carros são atualizados. "A velocidade com que as montadoras renovam seus produtos é muito maior.", explica. Para o presidente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), Ilídio dos Santos, o mercado de usados só não está melhor por causa da falta de crédito. "Se a restrição dos bancos é forte para o financiamento de novos, imagine para os usados." Há três anos, 70% das vendas do segmento eram financiadas. Hoje, são 40%. Muitos clientes dos seminovos dão um carro mais antigo na troca e pagam a diferença à vista. "Muitos também têm comprado o usado com carta de crédito do consórcio", diz Ilídio. Ele espera crescimento de 6% a 7% para o mercado total de usados neste ano, previsão similar à da Fenabrave. Em 2013, foram vendidos 9,43 milhões de automóveis e comerciais usados. Metade dos negócios, segundo Meneghetti, é feita de consumidor para consumidor, principalmente de versões mais antigas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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