Governo vai transformar Programa do Leite em moeda eleitoral
  Na verdade, será um grande erro do governo do Estado entregar aos  prefeitos, em pleno ano eleitoral, um programa assistencialista que será  usado como moeda na compra do voto. Não adianta sonhar que prefeitos,  sejam eles de que partido for, irão receber um ‘filé’ como o Programa do  Leite, em que são distribuídos milhares de litros diariamente às  populações mais pobres do Estado, e simplesmente vão se submeter ao  controle do governo, que foi incapaz de planejar e fiscalizar sua  própria distribuição.
 
 O Programa do Leite já começou a desviar de sua verdadeira função  quando o então governador Iberê Ferreira retirou da SETHAS, a secretaria  de Ação Social do Estado, o poder de pagar a quantia milionária  mensalmente. A mudança enfraqueceu a secretaria, que comandava a  distribuição, mas não mantinha domínio sobre o pagamento.
 
 Rosalba assumiu o governo e não desfez o equívoco cometido por Iberê e  manteve o pagamento do programa na Emater, sob o comando de seu cunhado,  secretário de Agricultura, Betinho Rosado.
 
 A distribuição do leite continua sendo feita pela SETHAS, administrada  pelo professor Luís Eduardo Carneiro, indicado pelo senador e ministro  Garibaldi Filho. Retirar da SETHAS a execução do Programa do Leite, é  reduzir a gestão do PMDB de Garibaldi no governo.
 
 Além de retirar a força da própria secretaria de Ação Social do  governo, Rosalba vai entregar aos prefeitos, uma máquina de fazer votos,  em que a pobreza extrema será submetida ao crivo de políticos  inescrupulosos, que só enxergam a próxima eleição como o fato mais  importante de sua vida.
 
 Os prefeitos não reclamam hoje do que não dispõem, mas amanhã, quando  estiverem com a capacidade de distribuir centenas de litros de leite  diariamente, cujo cadastro e entrega serão comandados por cabos  eleitorais, será muito difícil para o Estado reaver o controle do  Programa sem criar problemas políticos ou denúncias de perseguição.
 
 O Programa do Leite precisa ser aperfeiçoado. Isso é fato. Do pagamento  à distribuição, há falhas que precisam ser corrigidas. Mas entregar aos  prefeitos em pleno ano eleitoral, é mais um grande equívoco que será  cometido pela governadora Rosalba Ciarlini.
Martins em Pauta com Informação de Tulio Lemos

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