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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Martinense Ex-ministro dos Transportes diz que PR agora é independente e abre mão de cargos


Alfredo Nascimento falou no plenário do Senado hoje e confirmou a saída do PR da base aliada

Em discurso no plenário do Senado no começo da noite desta terça-feira (16), o presidente do PR e ex-ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, confirmou que a legenda deixou a base aliada do governo federal e que agora é "independente".

"Manteremos a atitude responsável, mas atuaremos de forma independente", afirmou. Nascimento disse também que a legenda abre mão de todos os cargos na administração federal, deixando a decisão de afastamento de indicações para a presidente Dilma Rousseff.

Mais cedo, ao anunciar a saída do PR da base aliada do governo, os dirigentes do partido afirmaram que caberia às bancadas dos Estados decidir se os cargos deveriam ser entregues ou não.

O partido tem cargos de segundo escalão e o comando dos Transportes, com Paulo Sérgio Passos --apesar de o mesmo ser considerado escolha pessoal de Dilma e não cota da legenda.

Com a saída do PR da base, o governo federal deixa de contar com o voto certo de 42 deputados e seis senadores. No Senado, PR é a quarta maior bancada, empatado com o PTB: os dois têm seis senadores. A maior bancada é a do PMDB, com 20 parlamentares. Saindo de um bloco de partidos governistas na Câmara dos Deputados, o PR terá a sexta maior bancada da Casa, com 42 parlamentares. À frente estão PT (86), PMDB (80), o bloco PSB, PTB e PC do B (68) e os oposicionistas PSDB (53) e DEM (43).

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu que o Palácio do Planalto negociará o apoio do PR caso a caso.

A decisão de afastamento se dá depois de uma devassa no Ministério dos Transportes --pasta comandada pela sigla desde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. As denúncias ligada ao PR causaram a demissão de quase 30 funcionários, incluindo quase toda a direção do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), e o ex-ministro Alfredo Nascimento.

“Estamos saindo sem nenhum rancor. O partido é maior do que cargos”, afirmou o líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG). Segundo ele, a legenda dará “apoio crítico” à presidente.

Nascimento adiantou que a legenda não vai apoiar nenhuma CPI. “Não vamos apoiar CPI contra um governo que ajudamos a construir.”

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), disse respeitar a decisão do PR e que o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, "continua com a confiança da presidente Dilma para ocupar o cargo e fazer as mudanças necessárias".

O PR se aliou ao PT em 2002, quando ainda se chamava PL e deu ao candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva o seu vice, José Alencar. A dupla foi reeleita em 2006, mas Alencar já integrava o PRB, depois de o escândalo do mensalão afetar líderes da legenda, como o deputado Valdemar da Costa Neto. Mesmo assim, o partido não deixou a base aliada do agora ex-presidente e se apressou para manter a pasta dos Transportes no governo Dilma --o que acabou conseguindo.

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