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terça-feira, 17 de junho de 2025

PT emplaca nova líder na Alesp e entrega “missão impossível”

 

Terça, 17 de junho de 2025

Domingo é um dia difícil para os jornais, principalmente para o jornalismo político. A não ser que ocorra uma reunião extraordinária de lideranças ou uma invasão e depredação na Praça dos 3 Poderes, difícil arrumar uma pauta. Surgem, então, essas pautas frias, normalmente plantadas pelos partidos.

Hoje, por exemplo, somos informados que o PT tem uma nova liderança na Assembleia Legislativa de São Paulo, amplamente controlada pelo governador Tarcísio de Freitas.

Jovem.
Mulher.
Negra.
LGBT+.

Check. Check. Check. Check. No bingo do identitarismo, a nova liderança já está aprovada com louvor. Além disso, é conterrânea e aliada de Edinho Silva, candidato de Lula à presidência do partido. Essa informação não está aí à toa. Demonstra que Thainara Faria está no trilho certo para ascender nas fileiras do partido.

Mas a sua missão não é trivial. A nova liderança precisa “desgastar Tarcísio”, pois o PT está em uma “posição fragilizada” no Estado. Como se o problema do PT em São Paulo fosse Tarcísio de Freitas. Arrisco dizer que, fosse um cone o governador de São Paulo, o cone seria reeleito em 2026.

O plano da nova liderança do PT para desgastar Tarcísio é “unificar o discurso”, coisa que os bolsonaristas supostamente fazem bem. E, para isso, vão montar um “QG da oposição”, que servirá para a produção de “vídeos e conteúdos críticos à gestão de Tarcísio, que serão distribuídos a todos os parlamentares para reforçar suas redes sociais”. Seria algo assim como um “gabinete do amor”. Folgo em saber que os petistas estão descobrindo que as redes sociais podem ser usadas para o Bem também.

E como saber se os conteúdos produzidos pelo gabinete do amor da Assembleia Legislativa passariam pelos crivos ora em discussão no STF? Simples: são contra um governador que sobe no caminhão de som do golpista-mor da nação? Então certamente preenchem a cláusula democrática.

A primeira campanha da nova liderança petista será contra o Bolsa Família paulista. Afinal, como o governador ousa competir com painho em seu próprio campo? Os conteúdos deixarão claro que o populismo é monopólio do PT, e qualquer programa de ajuda aos pobres sem a marca da estrela é bastardo. Boa sorte à nova liderança.

Marcelo Guterman. Engenheiro de Produção pela Escola Politécnica da USP e mestre em Economia e Finanças pelo Insper.

Fonte: Jornal da Cidade Online

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