Sexta, 08 de Setembro de 2023
O senador Marcos do Val (Podemos-ES) afirmou estar sofrendo uma "censura velada” e tendo sua vida pessoal "devassada" após ter sido "injustamente" incluído no inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro.
Em pronunciamento, o parlamentar criticou a inserção de seus arquivos, imagens e conversas pessoais no inquérito.
Marcos do Val alertou para a “gravidade" do caso e pontuou que teve sua intimidade violada e "trechos antagônicos" de sua vida pessoal vazados na imprensa.
"A quem interessa a divulgação desse conteúdo? Haja vista que não tem absolutamente nada a ver com o inquérito. Acredito que já que não encontraram nada de relevante que me incriminasse juridicamente, passaram a usar o diálogo íntimo para expor a minha vida privada e denegrir a minha imagem e a imagem da minha família."
O senador criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e afirmou que a decisão relacionada ao inquérito foi monocrática.
Marcos do Val também disse que foi “censurado” ao ter suas redes sociais suspensas e que está "impedido de exercer suas funções, desprotegido de suas prerrogativas e inserido em um inquérito motivado por uma simples perseguição”.
Nesta terça-feira (5), curiosamente a Polícia Federal (PF) interceptou mensagens em que o senador diz ter atuado para prender o ministro Alexandre de Moraes.
O portal Metrópoles afirma que o diálogo de WhatsApp foi encontrado no celular de Marcos do Val e remete a fevereiro deste ano. O aparelho foi apreendido no âmbito do inquérito do STF que apura suposto planejamento de "golpe de Estado".
Segundo o portal, foi com base nas mensagens encontradas no telefone interceptado que investigadores da PF pediram a prisão de Do Val a Alexandre de Moraes, em junho.
Diz o Metrópoles:
Em dois de fevereiro, uma pessoa identificada como “Elmo” enviou uma mensagem a Do Val às 11h24:
“O que precisar de nós é só falar. Se precisar estar aí com vc, é só falar. Tamo junto na alegria e na tristeza”.
O senador responde:
“Estou há dois anos trabalhando para prender Alexandre de Moraes”.
Pouco depois, Elmo encerra:
“Batalha dura”.
[...] O interlocutor seria irmão de Do Val.
Um outro diálogo, entre o senador e seu pai, Humberto, também chamou a atenção de investigadores. Nele, há citação ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Olha os relatórios do que provocamos na imprensa Brasileira em um único dia! Superou as expectativas, e a primeira fase foi concluída. Essa missão foi provocar a imprensa e a sociedade para pedir aos seus representantes no Congresso as assinaturas para a abertura da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) sobre o dia 08 de janeiro!”, escreveu Do Val no fim da tarde do dia 25 de fevereiro.
Na troca de mensagens, continuou o senador:
“Disse que não imaginava que faria isso e os generais não paravam de ligar para ele, para dizer que descobriram as minhas ações e parabenizando. Disse que a CPMI irá dar início ao fim do Lula e Xandão. Lula acredito que conseguimos impeachment, o Xandão vai perder a força e vai mergulhar”.
Neste momento da conversa, Do Val não detalha a Humberto quem seria o sujeito por trás do verbo “disse”.
Na sequência, Do Val finaliza:
“Bolsonaro está muito feliz. E impressionado de eu ter feito tudo sozinho”.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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