Terça, 05 de setembro de 2023
Apesar da pressão da Câmara no último período, Lula segurou a reforma ministerial, e isso garantiu que nos primeiros meses de mandato ele não sofresse uma crise interna com os partidos satélites que o apoiaram no processo eleitoral.
Porém agora, sem saída, acabou cedendo a Arthur Lira, que vai emplacar suas indicações para ministérios específicos que vão ajudar aliados em 2024, e preparar o Senado para 2026.
Tanto Lira como Ciro Nogueira sabem onde bater discretamente na situação, de modo que pareçam simples negociadores.
A base do Molusco sabe, e até o próprio Inácio entende isso. Ambos acabam aceitando, para evitar mais complicações.
O mercado começa a pressionar a fazenda, por resultados econômicos que o governo já sabe que não vai cumprir. Haddad vai ter de aceitar a reforma administrativa antes da saída de Lira da presidência, e o governo já se prepara para uma terrível onda de críticas do funcionalismo por isso.
O MST, um dos poucos movimentos ativos que apoiavam o governo, está indignado pelo atraso nas articulações de defesa da CPI. Tanto que todas as indicações políticas do movimento acabaram paralisadas.
No conjunto total, todas as bases que a esquerda ainda tem, estarão em crise no ano que vem. Quando o período eleitoral chegar, o resto do Centrão que está no PT, vai abandonar o barco. Nesse momento, uma séria crise de saúde, pode abater o presidente, que prevendo movimentações de impeachment, pode se afastar.
E os tucanos disfarçados, que nunca estiveram em extinção, voltarão a voar nos prédios de Brasília.
Pelo menos, até 2026.
Victor Vonn Serran
Articulista
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