Domingo, 24 de Outubro de 2021
Rodrigo Pacheco era uma figura pouco conhecida da cena política nacional, até se tornar presidente do Senado. A partir daí, ganhou destaque por sua omissão. Virou mais um coveiro das esperanças nacionais.
É bom rever o princípio moral por trás disso. Porque somos livres para agir e não agir, somos responsáveis pelo que fazemos e pelo que deixamos de fazer.
Certas omissões são crimes tipificados em lei, como a não prestação de socorro, em certas condições. É imenso o leque de omissões que compõem o cotidiano da vida humana em sociedade. Começa, talvez, na criança que não fez a lição de casa, até o presidente do Senado que não pautou projetos importantes para a nação.
No setor privado, certas omissões dão motivo à demissão por justa causa. No setor público, há omissões que caracterizam prevaricação (retardar ou não praticar ato de ofício por interesse ou sentimento pessoal).
E o omisso senador Rodrigo Pacheco não pautou qualquer dos processos de impeachment contra ministros do STF quando as ruas e as praças clamavam e clamam por isso.
Não pautou a proposta de emenda à Constituição que estabelece a prisão após condenação em segunda instância, mantendo em vigor a regra de ouro da impunidade (prisão só após trânsito em julgado de sentença penal condenatória), só defendida por advogados criminalistas e seus clientes.
Não pautou o fim do foro privilegiado, essa ofensa que a constituinte de 1988, em meio a tantas outras, dirigiu à sociedade brasileira.Eis que o senador Pacheco deixa o DEM e vai para o PSD de Gilberto Kassab com alvará para disputar a presidência pelo partido que, nas palavras de seu fundador, não é de esquerda, nem de direita, nem de centro...
Quem se seduziu pelo senador bem falante já conhece, a essas alturas, o omisso representante do grande e histórico estado de Minas Gerais.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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