Quinta, 19 de maio de 2016
Empresa não enviou balanço auditado de 2014 às autoridades americanas
POR G1

Vista do complexo nuclear de Angra dos Reis, em foto de arquivo. (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes/Files)
A negociação dos papéis da Eletrobras foi suspensa na bolsa de Nova York (Nyse) nesta quarta-feira (18), depois de a estatal comunicar na véspera que não entregaria às autoridades dos Estados Unidos o balanço auditado referente a 2014.
O impasse ocorre porque a KPMG, empresa de auditoria que tem de aprovar o balanço financeiro da estatal antes de ele ser enviado, se recusa a assinar o documento porque ele não mensura o dano causado à estatal por irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato.
“Nós entregamos todo o material de investigação interna ao auditor, mas foi bem em cima da hora e provavelmente o auditor contratado vai reprovar e pedir mais tempo”, disse à Reuters, nesta terça-feira, uma fonte da empresa. “Isso porque, a cada apuração feita, se encontram possíveis novos indícios de irregularidades que estimulam novas investigações”, acrescentou.
De acordo com a estatal, não há chance de nova extensão de prazo pela Bolsa de Valores de Nova York (Nyse), que deve suspender a autorização para negociação dos American Deposit Receipts (ADRs) da companhia, enquanto corre o processo de deslistagem.
“Deixar de ter os ADRs negociados sem dúvida não é positivo para a imagem da empresa, mas queremos ir a fundo nos malfeitos”, disse a fonte da estatal.
Na nota enviada à SEC (Securities and Comission, a CVM dos EUA) na véspera, a Eletrobras disse que pretendia apresentar recursos e que estava trabalhando para permitir que os ADRs pudessem ser negociados no mercado de balcão.
A Eletrobras ainda informa na nota que, durante o processo de suspensão, os titulares dos papéis (ADs EBR e EBR-B) poderão pedir junto ao Banco Depositário de ADS da Eletrobras, JP Morgan, o cancelamento de seus títulos ou a sua migração para ações ordinárias (ELET3) e preferenciais B (ELET6) correspondentes, que são negociadas, no Brasil, junto à Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa).
Fonte: Carlos Skarlack
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