Quinta, 02 de julho de 2015
A hora do poeta
POR ALAMIR LONGO

I
Pois a nossa presidente
Resolveu sair da toca
Foi numa festa de índio
Discursar dentro da oca
Num ritual quase sagrado
Fez saudação à mandioca.
II
Mulheres e homens sapiens
Foi dizendo a presidente
Pois saibam todos vocês
Que estou muito contente
De vir saudar a mandioca
Que já salvou tanta gente.
III
Confesso que sua fala
Mexeu com minhas emoções
Ela disse que a mandioca
Salvou civilizações
E garantiu a existência
De mil e uma nações.
IV
Eu sempre soube que Dilma
Entende de economia
Mas confesso pra vocês
Francamente eu não sabia
Que essa nossa presidente
Manja de antropologia.
V
Mas ao rigor da verdade
Sem querer fazer fofoca
Esse povo brasileiro
Anda igualzinho tapioca
Sapecado em chapa quente
E só levando mandioca.
VI
Mandioca temos de sobra
Pra atormentar a nação
Tem a mandioca dos juros
Cozida com inflação
E a da dívida interna
Ralada com recessão.
VII
Tem a da incompetência
Com a falta de gestão
E a mandioca do pibinho
Que já matou o pibão.
E o maior pé de mandioca
Que é a tal de corrupção.
VIII
Mandioca temos de sobra
Por toda a federação
Plantada por um governo
Sem plano, nem direção
E no fim quem fica é o povo
Só de mandioca na mão.
Fonte: Carlos Skarlack
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