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terça-feira, 28 de julho de 2015

Defesa de Odebrecht diz que Lava Jato virou 'reality show judiciário'


Sexta, 28 de julho de 2015 


A defesa do presidente da Odebrecht S.A., Marcelo Odebrecht, fez uma série de críticas à condução da Operação Lava Jato, nesta segunda-feira (27). Para os advogados, a investigação virou um "reality show judiciário". Os questionamentos sobre o andamento da operação foram feitos em uma petição, na qual esperava-se que fossem explicados os significados de anotações no celular de Marcelo Odebrecht. "Em seu afã de incriminar Marcelo a todo custo, a Polícia Federal nem se deu ao trabalho de tentar esclarecer as anotações com a única pessoa que poderia interpretá-las com propriedade – seu próprio autor. Ao reverso, tomou desejo por realidade e precipitou-se a cravar significados que gostaria que certos termos e siglas tivessem", pontuou a defesa, que critica a Polícia Federal e o juiz Sérgio Moro. Conforme os advogados, os textos foram tirados de um programa de computador que limitava o número de caracteres para guardar as anotações. Por isso, dizem, havia as siglas no lugar de expressões inteiras. Em outro trecho, eles ainda argumentam que se os policiais tivessem observado as anotações com neutralidade, não teriam considerado que "LJ" era Lava Jato. "Preferiu-se, entretanto, tomar “LJ” por Lava Jato ao invés de Lauro Jardim, e “ações B” como providências do submundo, e não como alusões justamente à nota sobre a auditoria interna da Braskem publicada na mesma coluna. Lauro Jardim é jornalista e colunista da revista "Veja". No entanto, eles não explicam o significado de outras siglas encontradas nas anotações. Em um relatório da Polícia Federal, os policiais indicam que as anotações podem denotar uma estratégia de obstrução das investigaçoes da Lava Jato. No smartphone do executivo, conforme o inquérito protocolado na terça-feira (21), foram encontrados os seguintes textos, transcritos no formato original, conforme a Justiça: "MF/RA: não movimentar nada e reimbolsaremos tudo e asseguraremos a familia. Vamos segurar até o fim Higienizar apetrechos MF e RA Vazar doação campanha Nova nota minha midia? GA, FP, AM, MT, Lula? ECunha? (...)" Uma análise preliminar sugere que MF e RA são siglas referentes a Silva e Araújo, subordinados diretos de Odebrecht e também investigados por crimes de corrupção na Petrobras, segundo o juiz Sérgio Moro. A anotação, explica o juiz, indica que ambos estariam sendo orientados a não movimentar suas contas e que, no caso de sequestro e confisco judicial de bens e valores, seriam reembolsados. (Globo)

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