martins em pauta

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Coluna A Tarde: Sujeira e baixaria


Quinta, 18 de Setembro de 2014

por Samuel Celestino

A campanha de baixíssimo nível que se observa no processo sucessório presidencial deixou um rastro negativo que foi captado pela pesquisa Ibope, divulgada na terça-feira à noite. Basicamente orientada pelo marketing do PT, para impulsionar a campanha de Dilma Rousseff e deixar a candidatura de Marina Silva em dificuldades, o tiro parece ter saído pela culatra. Acabou por favorecer Aécio Neves, que em apenas uma semana cresceu 4%, passando a ter 19%. Os insultos, inusitados e de baixo nível, levaram Dilma a perder três pontos e Marina Silva um, ou seja, no saldo das duas a candidata do PSB acabou favorecida, avançando dois pontos. Dilma desceu do patamar da semana passada, caindo de 39% para 36%. Para um provável segundo turno, se distanciou três pontos percentuais de Marina. O alvo do PT, portanto, acabou beneficiado.

Não foram somente os pontos perdidos ou ganhos. Dilma foi buscar na campanha de Collor, lá nos idos de 1989, a mesma fúria que aconteceu contra a candidatura Lula. Naquele ano deu certo porque o eleitorado brasileiro de há muito não sabia o que era eleição direta. Lutou e experimentou o medo durante 25 anos da ditadura militar. Assim, ainda havia o medo, à época, principalmente por se trata de um candidato de esquerda, como Lula. Isso quando o PT ainda era uma legenda de esquerda, tinha princípios e esconjurava a corrupção. Temia-se, então, o retorno do regime dos generais.

Houve, depois de tantos anos, uma mudança na sociedade brasileira que já não aceita baixarias, além das “mentiras” durante a campanha. O comitê de Dilma passou do limite e tentou combater Marina da forma mais vil, transformando uma educadora - Neca Setúbal - em banqueira, quando era, pelo próprio PT, considerada educadora, isto quando ela participou da campanha do prefeito paulistano Haddad, do PT. A comida desapareceu nos filmetes do prato dos necessitados, assim como as letras, numa alusão à educação, também desapareceram, num acinte à inteligência, mas apresentado para engabelar a população mais necessitada. A propaganda foi tirada do ar pela justiça.

Deste modo, a mentira, como na alusão popular, segundo a qual o feitiço se volta contra o feiticeiro, desabou nesta última semana entre uma pesquisa e outra, atingindo a campanha de Dilma, que certamente não estaria de acordo com a propaganda engendrada pela “genialidade” do seu comitê de campanha. O projeto de Dilma era avançar semana atrás de semana até o final do primeiro turno. Ela, entretanto, caiu. Na verdade, foi a perdedora desta pesquisa Ibope, que foi ganha por Aécio Neves. O tucano mineiro soube usar bem o vácuo deixado pela baixaria. 

As pequenas mudanças observadas pelo Ibope podem ser, ou não, um sinal. Na reta de chegada para as urnas perder pontos é perigoso. Se for constante, adeus viola. No caso específico, o que mais vale é a ascensão de Aécio. Se ele subir mais e não conseguir passar para o segundo turno, a presunção é que o seu eleitorado se transferirá para apoio a Marina, porque o PSDB detesta o PT e vice-versa.

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