O presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves, do
PMDB, foi recebido pela ex-prefeita de Mossoró, Fafá Rosado e seu marido, o
deputado estadual, Leonardo Nogueira, na residência do casal, em Tibau, na
tarde desta segunda-feira, 20. Antes do almoço, o parlamentar conversou com
jornalistas de Mossoró, que se encontravam no local. Na entrevista coletiva,
Henrique falou sobre a declaração da deputada federal, Fátima Bezerra, que que
afirmou que ser for preterido na indicação do candidato ao Senado, pelo PMDB, o
PT, vai procurar outros parceiros; rebatou notícias segundo as quais o PMDB só
teria rompido com Rosalba Ciarlini, pois a mesma não teria atendido aos pleitos
do partido; anunciou a construção de um
novo aeroporto, em Mossoró e afirmou que o PMDB vai convocar Fafá Rosado para
que ela dispute uma cadeira de deputado federal. Confira trechos da entrevista.
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Blog do Skarlack - Deputado federal Henrique Eduardo Alves, a
deputada federal, Fátima Bezerra, declarou, em Natal, que se o PMDB não apoiar
seu nome, para o Senado, o PT irá tratar com outros parceiros. Como o senhor
recebe essa posição?
HENRIQUE ALVES - É natural. Na hora em que o PMDB tiver
outras opções com outros partidos, é natural que o PT busque suas parcerias,
como também, em relação a outros partidos. Eu acho que não é hora de nenhum
tipo de imposição. Nas democracias, mais do que nunca, tem essa qualidade do
diálogo, do entendimento, a articulação. Eu acho que está na hora do Estado ter
uma forte articulação política pois nós temos potencialidades, temos vocações
importantes, estamos aí com o Aeroporto Internacional que vai ser o mais
moderno do país, abrindo as portas do Continente para o Rio Grande do Norte.
Vamos ter a Barragem de Oiticica, vamos ter obra definidora de um novo porto
aqui em Porto do Mangue. Então, o Estado está se preparando para ter um futuro
promissor. Agora, tem que ter na sua classe política responsabilidade, maturidade,
para deixar o radicalismo de lado. Não podemos mais ser meio a meio, metade
puxando para cima, metade puxando para baixo. Metade querendo o melhor, metade
querendo o quanto pior melhor, pois assim, o Estado não consegue caminhar.
O PMDB poderá apoiar o nome da ex-governadora Wilma de
Faria, ao Senado?
A questão do Senado, é outro problema que nós vamos examinar
nesse conjuntura, logo. Nossa ideia é chamar os prefeitos, vereadores, os
presidentes de diretórios municipais, a executiva estadual, a bancada estadual
na Assembleia Legislativa. Temos quase 60 prefeitos, quase 400 vereadores;
quase 40 vice-prefeitos. Então queremos ouvir e saber o pensa cada liderança
para as coligações que o PMDB vai fazer. Existe uma pretensão natural, legítima
do PT em coligação com o PMDB por ser uma aliança nacional. Mas, existem
realidades estaduais que não podemos ignorar. Então, isto não será imposição do
PMDB, nem de Henrique, nem de Garibaldi. Vamos ouvir o partido para tomar uma
posição. E depois, definido o caminho do PMDB, procurar os partidos aliados,
sem nenhuma restrição a quem quer que seja. Sem nenhum radicalismo, nenhuma
intolerância, até pelo fato de já termos sido vítimas do radicalismo, da
intolerância. Não queremos mais na política do Rio Grande do Norte. A aquele
caminho que nós entenderemos ser o melhor para o Rio Grande do Norte e para o
PMDB vamos levar aos partidos aliados que poderão ficar conosco na campanha de
2014.
O seu nome tem sido citado por lideranças como o senador,
José Agripino, e o deputado estadual, Agnelo Alves como um nome preparado para
disputar o Governo do Estado. O senhor poderá disputar o Governo?
Não é minha pretensão, pois, é preciso ter um certo realismo
político. Acho importante no projeto que eu posso desenvolver no Congresso
Nacional, ajudando a um governador do PMDB. É hora de somar esforços tendo aqui
um nome do PMDB. E a minha presença e a de Garibaldi no cenário nacional,
ajudar ao Estado. Mas, isso é preciso se construir com a base do PMDB. Não é
impor candidatura. É costurar, discutir. Ninguém ganha eleição sozinho hoje.
Não existe nenhum salvador da pátria, é preciso somar, agregar todas aos que
queiram ajudar ao Rio Grande do Norte. Um pacto que nós vamos formar em nosso
Estado, para fazer esse Estado alcançar o patamar de qualidade de vida que o
Rio Grande do Norte espera a muito tempo.
Deputado federal, Henrique Alves, tem sido noticiado em
Mossoró, que o PMDB tentou emparedar a governadora Rosalba Ciarlini, em busca
de benesses e, como ela não teria aceitado, o partido rompeu. O que foi que
realmente, provocou o rompimento do PMDB com o governo Rosalba?
Eu não quero acreditar que ela tenha dito isto. Se existe
uma pessoa que sabe que não foi essa a razão, é a governadora Rosalba
(Ciarlini). É uma coisa tão desrespeitosa uma informação como essa, que não
acredito que tenha partido de Rosalba, que eu conheço e dou a ela um atestado
de boa-fé, de sinceridade, de honestidade, de humildade e eu sei que ela jamais
diria isso, pois ela sabe que não foi essa a razão. E o PMDB ajudou e eu posso
dizer que não votei nela, eu apoiei o governador Iberê Ferreira de Souza, mas
como eu perdi a eleição e Garibaldi havia ganho a eleição, então, ou ele vinha
para cá ou eu iria para lá. Como eu perdi e, eu sei ganhar e sei perder, me juntei
ao ministro Garibaldi, para reunificar o PMDB. A partir daí procuramos ajudar e
Mossoró é testemunha. Todo Estado é testemunha. Na vinda aqui da presidenta
Dilma(Rousseff), defendemos sua postura. Sua pessoa e suas qualidades.
O que houve, então?
Chegou um instante que o Estado se fechou muito. E eu dou
aqui um exemplo: nós criamos um Conselho Político, olhe que formado por dois
ex-governadores, Garibaldi (Filho) e (José) Agripino, que somados são 16 anos
de experiência administrativa; o deputado federal, João Maia, a nossa presença,
o deputado Rogério Marinho. Enfim, um Conselho Político de experiência, de
qualidade. Mas esse Conselho Político não se reuniu sequer uma vez. Quantas
vezes eu reclamei: governadora (Rosalba Ciarlini), vamos reunir o Conselho
Político, pelo menos uma vez por mês, analisar o que aconteceu, projetar o que
pode acontecer, a senhora nos informar a situação do Estado, como poderemos
ajudar mais, fugir do pontual, e fazer uma coisa mais conceitual e não
consegui. O Conselho Político se reuniu uma vez para decidir a sua instalação e
nunca mais se reuniu. Então, acho que fechou o Estado completamente, tanto, que
depois do PMDB, rompeu o PR, com a mesma reclamação da falta de um diálogo
melhor, maior, de mais qualidade. É isso que aconteceu, lamento profundamente.
Quanto a uma aliança entre o PMDB e o DEM na chapa
proporcional, como tem sido noticiado?
Todos sabem que o senador José Agripino, tem sido uma
liderança muito correta com o PMDB; uma relação que desde a eleição passada se
somou ao ministro Garibaldi Filho, na disputa majoritária. Mas o DEM tem um
problema antes para resolver que é a questão da reeleição, que seria um direito
natural, da governadora Rosalba Ciarlini, e pleitear ou não. Então, enquanto o
DEM não resolver essa questão, seria até incorreto atropelar o DEM nesse
julgamento. Vamos esperar, tudo tem sua hora. Mas faço questão de registrar o
comportamento muito leal, sempre com o PMDB, do senador José Agripino.
Agripino destacou o senhor como nome para o Governo do
Estado. Agnelo Alves, também. Tudo isso não é encorajador?
Lógico que é encorajador. Tenho muita consciência do que
vejo hoje em Brasília com o pacto federativo que precisa ser revisto. E o
trânsito que eu tenho hoje em nível
nacional, ajudaria um governador do PMDB somar conosco nesse trabalho. Por
isso, eu me reservo ao direito de priorizar uma reeleição a deputada federal.
Mas, independente do nome, o que o Rio Grande do Norte quer, não é saber de
nome A, B ou C. Mas, o que o povo quer saber é o que nome A, B ou C vai fazer.
Qual a proposta mais concretar, viável, transparente. Chegar e dizer que saúde,
educação é prioridade, todos sabem dizer. Mas, quando se sentam lá muito pouco
se faz sobre essas prioridades. Então, temos que inovar nesse campo e ver o que
poderemos fazer para saúde, educação, segurança, mobilidade e mostrar
claramente como vamos fazer. Para isso, é preciso que a classe política tem a
capacidade de se unir.
O senhor se sente preparado para governar o Rio Grande do
Norte?
Me sinto preparado para administrar um Estado como o nosso,
sobretudo, por entende que mais do que nunca é preciso agregar, somar. Ninguém
pense que esse Estado vai produzir um salvador da pátria. Alguém especial,
iluminado e que vai resolver tantos problemas que se acumularam ao longo dos
anos. Para isso é preciso somar, agregar apoios políticos e partidários. E eu
espero que a classe política tenha capacidade, humildade, determinação,
competência de formar um forte projeto político, associado a um forte projeto
econômico-social que possa ser julgado nas eleições de 2014.
Cogita-se em Mossoró uma possibilidade de aliança do PMDB
com o PSB, para uma eventual eleição suplementar, para prefeito e
vice-prefeito...
Eticamente, o PMDB, ao meu ver, não deve e, isso é minha
opinião pessoal, não pode e nem deve conversar sobre a eleição suplementar. Até
por estamos ainda, lutando eticamente e politicamente lutando, ainda, para
restabelecer o mandato da prefeita Cláudia Regina, e do vice-prefeito,
Wellington (Filho), do PMDB. As pessoas tratam com certo radicalismo como se
nós não tivéssemos envolvido um vice-prefeito do PMDB. Então, a decisão está
pendente, ainda, no TSE, em Brasília e nós estamos lutando e aguardando essa
decisão do mérito da questão. Enquanto não houver decisão, o PMDB não deve dar um
passo nessa direção por acreditar ainda nos direitos do nosso vice-prefeito e
de Cláudia.
O senhor tem alguma novidade sobre o aeroporto de Mossoró?
A reforma do aeroporto aqui se tornou praticamente impossível para definição da ANAC. Mais de 50 itens que inviabilizariam um reforma para ter funcionamento comercial normal, como nós pretendíamos. Mas isso provocou um ponto positivo que é a urgência de fazer um novo aeroporto em Mossoró. Já existe essa decisão por parte do ministro da Defesa Civil, Moreira Franco. A sua equipe já veio aqui por duas vezes, já teve três propostas de áreas a serem definidas para se elaborar nesse início de ano, um projeto para um novo aeroporto para a cidade de Mossoró.
Fonte Carlos Scarlark
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