Domingo, 17 de agosto de 2025
Sua chefe de gabinete, Ivanadja Velloso Meira Lima, pessoa de sua extrema confiança, foi denunciada numa ação do Ministério Público Federal (MPF) por improbidade administrativa, num cabuloso esquema de rachadinha.
A coluna do jornalista Tácio Lorran, no site Metrópoles, conseguiu identificar 10 pessoas que trabalham ou trabalharam no gabinete de Hugo Motta e assinaram procurações que dão poderes “amplos e ilimitados” para Ivanadja fazer saques e realizar movimentações bancárias em nome dos funcionários. Oito procurações lhe permitem, explicitamente, “receber salários” – dois funcionários que assinaram esse documento seguem no gabinete dele. No total, essas pessoas acumularam mais de R$ 4 milhões em remunerações, considerando apenas o período em que estiveram lotadas no gabinete do deputado paraibano.
As procurações foram registradas em cartórios da Paraíba desde 2011, quando Hugo Motta assumiu o cargo de deputado federal pela primeira vez.
Ivanadja Velloso responde na Justiça Federal por suposto esquema de rachadinha no gabinete do deputado federal Wilson Santiago (Republicanos-PB), aliado de Hugo Motta. Ela é acusada de movimentar a conta de um ex-funcionário que jamais pisou em Brasília e que nem sequer sabia o valor do seu salário, tampouco o número da conta bancária.
Nesse caso em que se tornou ré na Justiça, Ivanadja Velloso também detinha uma procuração, assinada pelo funcionário fantasma, que lhe permitia efetuar saques e movimentar valores. O documento foi usado pelo Ministério Público Federal (MPF) como prova ao denunciar, em outubro de 2023, a chefe de gabinete e o motorista fantasma.
Ivanadja Velloso trabalhou como chefe de gabinete de Wilson Santiago até 31 de janeiro de 2011. No dia seguinte, em 1º de fevereiro de 2011, ela passou a fazer parte da equipe de Hugo Motta, então novato na Câmara dos Deputados. Apesar da mudança de gabinete, ela seguiu recebendo poderes para sacar salários e movimentar dinheiro nas contas dos funcionários, o que indica que o suposto esquema não somente perdurou, mas também pode ter sido ampliado.
O caso deu margem para o advogado Guillermo Piacesi ‘imaginar’ a seguinte situação:
“Certo deputado pergunta para uma pessoa em quem confia, e sobre a qual possui uma situação de hierarquia e ingerência (por causa do poder e influência):
‘Quer ganhar R$3.000 todo mês, sem fazer nada?’
O sujeito responde: ‘claro’.
O deputado explica:
‘O salário estará registrado em valor maior, a diferença ficará comigo. Mas o resto é seu, e não precisa fazer nada. Aceita?’
O sujeito:
‘Claro’.”
Hugo Motta está ficando sem condições morais de permanecer na presidência da Câmara.
Fonte: Jornal da Cidade Online
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